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VERSO 4

taṁ kiṁ karomīti gṛṇantam āha
baddhāñjaliṁ bhagavān bhūta-nāthaḥ
dakṣaṁ sa-yajñaṁ jahi mad-bhaṭānāṁ
tvam agraṇī rudra bhaṭāṁśako me

tam — a ele (Vīrabhadra); kim — o que; karomi — devo fazer; iti — assim; gṛṇantam — perguntando; āha — ordenou; baddha-añjalim — com as mãos postas; bhagavān — aquele que possui todas as opulências (o senhor Śiva); bhūta-nāthaḥ — o senhor dos fantasmas; dakṣam — Dakṣa; sa-yajñam — junto com seu sacrifício; jahi — mata; mat-bhaṭānām — de todos os meus associados; tvam — tu; agraṇīḥ — o principal; rudra — ó Rudra; bhaṭa — ó perito na batalha; aṁśakaḥ — nascido de meu corpo; me — meu.

Quando aquele gigantesco demônio perguntou de mãos postas: “O que devo fazer, meu senhor?”, o senhor Śiva, que é conhecido como Bhūtanātha, ordenou diretamente: “Como nasceste de meu corpo, és o principal de todos os meus associados. Portanto, mata Dakṣa e seus soldados no sacrifício.”

SIGNIFICADO—Eis aqui o início da competição entre brahma-tejas e śiva-tejas. Através de brahma-tejas, força bramânica, Bhṛgu Muni criara os semideuses Ṛbhus, que expulsaram os soldados do senhor Śiva presentes na arena. Ao ouvir que seus soldados haviam sido expulsos, o senhor Śiva criou o grande demônio negro Vīrabhadra para retaliar. Algumas vezes, há competição entre o modo da bondade e o modo da ignorância. Assim é a existência material. Mesmo para alguém situado no modo da bondade, há toda a possibilidade de que sua posição se misture ou seja atacada pelo modo da paixão ou ignorância. Essa é a lei da natureza material. Embora a bondade pura, ou śuddha-sattva, seja o princípio básico do mundo espiritual, a manifestação pura de bondade não é possível neste mundo material. Assim, a luta pela vida entre diferentes qualidades materiais está sempre presente. Esta luta entre o senhor Śiva e Bhṛgu Muni, centralizando-se em volta do Prajāpati Dakṣa, é o exemplo prático de tal competição entre os diferentes modos qualitativos da natureza material.

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