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VERSO 82

śrī-bhagavān uvāca
mā bhaiṣṭa bālaṁ tapaso duratyayān
nivartayiṣye pratiyāta sva-dhāma
yato hi vaḥ prāṇa-nirodha āsīd
auttānapādir mayi saṅgatātmā

śrī-bhagavān uvāca — a Suprema Personalidade de Deus respondeu; bhaiṣṭa — não tenhais medo; bālam — o menino Dhruva; tapasaḥ — por sua rigorosa austeridade; duratyayāt — fortemente determinado; nivartayiṣye — Eu lhe pedirei para interromper isso; pratiyāta — podeis retornar; sva-dhāma — vossos respectivos lares; yataḥ — de quem; hi — certamente; vaḥ — vossas; prāṇa-nirodhaḥ — sufocando o ar vital; āsīt — ocorreu; auttānapādiḥ — por causa do filho do rei Uttānapāda; mayi — a Mim; saṅgata-ātmā — plenamente absorto pensando em Mim.

A Suprema Personalidade de Deus respondeu: Meus queridos semideuses, não fiqueis perturbados com isso. Tudo isso se deve à rigorosa austeridade e plena determinação do filho do rei Uttānapāda, que agora está inteiramente absorto em pensar em Mim. Ele obstruiu o processo respiratório universal. Podeis voltar a salvo a vossos respectivos lares. Vou parar os rigorosos atos de austeridade desse menino e ficareis a salvo dessa situação.

SIGNIFICADO­—A palavra saṅgatātmā, que aparece neste verso, é mal interpretada pelos filósofos māyāvādīs, os quais dizem que o eu de Dhruva Mahārāja tornou-se uno com o Eu Supremo, a Personalidade de Deus. Os filósofos māyāvādīs querem provar com essa palavra que a Superalma e a alma individual unem-se dessa maneira e que, após semelhante unificação, a alma individual não tem existência separada. Mas aqui o Senhor Supremo diz claramente que Dhruva Mahārāja estava tão absorto em meditação, pensando na Suprema Personalidade de Deus, que Ele próprio, a consciência universal, sentiu-Se atraído por Dhruva. A fim de satisfazer os semideuses, Ele desejou ir pessoalmente até Dhruva Mahārāja para interromper aquela rigorosa austeridade. A conclusão dos filósofos māyāvādīs de que a Superalma e a alma individual se unem não é apoiada por esta afirmação. Ao contrário, a Superalma, a Personalidade de Deus, queria impedir Dhruva Mahārāja de continuar aquela rigorosa austeridade.

Satisfazendo a Suprema Personalidade de Deus, satisfazemos a todos, assim como, regando a raiz de uma árvore, satisfazemos os galhos e as folhas da árvore. Quem pode atrair a Suprema Personalidade de Deus naturalmente atrai todo o universo, pois Kṛṣṇa é a causa suprema do universo. Todos os semideuses temiam ser totalmente destruídos pela sufocação, mas a Personalidade de Deus assegurou-lhes que Dhruva Mahārāja era um grande devoto do Senhor e não estava prestes a aniquilar todas as pessoas do universo. O devoto nunca tem inveja de outras entidades vivas.

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do quarto canto, oitavo capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “Dhruva Mahārāja Deixa o Lar Rumo à Floresta”.

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