VERSO 11
kvacic ca śītātapa-vāta-varṣa-
pratikriyāṁ kartum anīśa āste
kvacin mitho vipaṇan yac ca kiñcid
vidveṣam ṛcchaty uta vitta-śāṭhyāt
kvacit — às vezes; ca — também; śīta-ātapa-vāta-varṣa — do frio gélido, do calor escaldante, do vento forte e da chuva excessiva; pratikriyām — neutralização; kartum — de fazer; anīśaḥ — sendo incapaz; āste — permanece infeliz; kvacit — às vezes; mithaḥ — sucessivamente; vipaṇan — vendendo; yat ca — tudo o que; kiñcit — um pouquinho; vidveṣam — inimizade mútua; ṛcchati — obtêm; uta — declara-se, então; vitta-śāṭhyāt — devido a se enganarem entre si meramente por dinheiro.
Às vezes, a entidade viva dedica seu tempo a neutralizar os distúrbios naturais consequentes ao frio gélido, ao calor escaldante, ao vento forte, à chuva excessiva e assim por diante. Ao ver que é incapaz de fazê-lo, ela se torna muito infeliz. Às vezes, ela é enganada em sucessivas transações comerciais. Dessa maneira, em consequência de suas mentiras, as entidades vivas criam inimizades entre si.
SIGNIFICADO—Este é um exemplo da luta pela existência, a tentativa de neutralizar as investidas da natureza material. Isso cria inimizades na sociedade e, consequentemente, a sociedade se abarrota de pessoas invejosas. Uma pessoa inveja outra, e é esse o processo do mundo material. O movimento da consciência de Kṛṣṇa visa a criar uma atmosfera desprovida de inveja. É claro que não é possível que todos se tornem conscientes de Kṛṣṇa, mas o movimento da consciência de Kṛṣṇa pode criar uma sociedade exemplar onde não existe inveja.