VERSO 33
yat tat karmamayaṁ liṅgaṁ
brahma-liṅgaṁ jano ’rcayet
ekāntam advayaṁ śāntaṁ
tasmai bhagavate nama iti
yat — a qual; tat — esta; karma-mayam — acessível mediante o sistema ritualístico védico; liṅgam — a forma; brahma-liṅgam — que torna conhecido o Brahman Supremo; janaḥ — uma pessoa; arcayet — deve adorar; ekāntam — que tem fé plena no único Supremo; advayam — não-diferente; śāntam — pacífico; tasmai — a ele; bhagavate — o poderosíssimo; namaḥ — nossos respeitos; iti — assim.
O senhor Brahmā é conhecido como karma-maya, a forma das cerimônias ritualísticas, porque, realizando cerimônias ritualísticas, a pessoa pode alcançar sua posição e porque os hinos ritualísticos védicos se manifestam a partir dele. Sua devoção à Suprema Personalidade de Deus é inabalável, de modo que, até certo ponto, ele não é diferente do Senhor. Entretanto, deve-se adorá-lo não como os monistas adoram-no, mas em dualidade. Todos devem sempre permanecer servos do Senhor Supremo, a Suprema Deidade adorável. Por conseguinte, oferecemos nossas respeitosas reverências ao senhor Brahmā, a forma do conhecimento védico manifesto.
SIGNIFICADO—Neste verso, a expressão karma-mayam (“acessível mediante o sistema ritualístico védico”) é significativa. Os Vedas dizem que svadharma-niṣṭhaḥ śata janmabhiḥ pumān viriñcatām eti: “Aquele que, durante pelo menos cem nascimentos, segue estritamente os princípios de varṇāśrama-dharma será recompensado com o posto do senhor Brahmā.” Também é significativo que, embora seja extremamente poderoso, o senhor Brahmā nunca se julga uno com a Suprema Personalidade de Deus; ele sempre reconhece que é um servo eterno do Senhor. Porque na plataforma espiritual o Senhor e o servo são idênticos, nesta passagem Brahmā é chamado de bhagavān. Bhagavān é a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, mas, se o devoto O serve com fé plena, o significado da literatura védica lhe é revelado. Portanto, Brahmā é chamado de brahma-liṅga, o que indica que toda a sua forma consiste em conhecimento védico.