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VERSO 10

aho dainyam aho kaṣṭaṁ
pārakyaiḥ kṣaṇa-bhaṅguraiḥ
yan nopakuryād asvārthair
martyaḥ sva-jñāti-vigrahaiḥ

aho — oh!; dainyam — uma condição deplorável; aho — oh; kaṣṭam — meras tribulações; pārakyaiḥ — o qual após a morte serve de pasto para cães e chacais; kṣaṇa-bhaṅguraiḥ — perecível a qualquer momen­to; yat — porque; na — não; upakuryāt — ajudaria; a-sva-arthaiḥ — não destinado ao interesse próprio; martyaḥ — uma entidade viva mar­cada para morrer; sva — com sua riqueza; jñāti — amigos e parentes; vigrahaiḥ — e seu corpo.

Este corpo, que, após a morte, torna-se comida para cães e chacais, realmente não faz nenhum bem a mim, a alma espiritual. Ele é útil apenas por pouco tempo e pode perecer a qualquer instante. O corpo e suas posses, suas riquezas e parentes devem ser direcionados em benefício alheio. Do contrário, serão uma fonte de tribulações e sofrimentos.

SIGNIFICADO—Um conselho semelhante também é dado no Śrīmad-Bhāgavatam (10.22.35):

etāvaj janma-sāphalyaṁ
dehinām iha dehiṣu
prāṇair arthair dhiyā vācā
śreya-ācaraṇaṁ sadā

“É dever de todo ser vivo utilizar sua vida, riqueza, inteligência e palavras e executar atividades de bem-estar que favoreçam os outros.” Essa é a missão da vida. A pessoa deve empregar para o benefício alheio o próprio corpo e os corpos de seus amigos e pa­rentes, bem como suas próprias riquezas e tudo o que tenha. Essa é a missão de Śrī Caitanya Mahāprabhu. Como se afirma no Caitanya-caritāmṛta (Ādi 9.41):

bhārata-bhūmite haila manuṣya-janma yāra
janma sārthaka kari’ kara para-upakāra

“O ser humano nascido na terra da Índia [Bhārata-varṣa] deve tornar sua vida exitosa e trabalhar para o benefício de todas as outras pessoas.”

A palavra upakuryāt significa para-upakāra, ajudar os outros. Na sociedade humana, é óbvio, existem muitas instituições para ajudar os outros, mas, porque os filantropos não sabem como ajudá-los, sua propensão filantrópica não surte efeito. Eles não conhecem a meta última da vida (śreya ācaraṇam), que é satisfazer o Senhor Su­premo. Se todas as atividades filantrópicas e humanitárias fossem dirigidas à conquista da meta última da vida – satisfazer a Su­prema Personalidade de Deus –, elas seriam perfeitas. O trabalho humanitário sem Kṛṣṇa se resume a nada. Kṛṣṇa deve ser colocado no centro de todas as nossas atividades; caso con­trário, atividade alguma terá valor.

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