VERSO 21
ahaṁ samādhāya mano yathāha naḥ
saṅkarṣaṇas tac-caraṇāravinde
tvad-vajra-raṁho-lulita-grāmya-pāśo
gatiṁ muner yāmy apaviddha-lokaḥ
aham — eu; samādhāya — fixando com determinação; manaḥ — a mente; yathā — assim como; āha — disse; naḥ — nosso; saṅkarṣaṇaḥ — Senhor Saṅkarṣaṇa; tat-caraṇa-aravinde — aos Seus pés de lótus; tvat-vajra — do teu raio; raṁhaḥ — pela força; lulita — rompida; grāmya — do apego material; pāśaḥ — a corda; gatim — o destino; muneḥ — de Nārada Muni e de outros devotos; yāmi — alcançarei; apaviddha — abandonando; lokaḥ — este mundo material (onde se desejam todas as espécies de coisas impermanentes).
Pela força do teu raio, eu me livrarei do cativeiro material e abandonarei este corpo e este mundo de desejos materiais. Fixando minha mente nos pés de lótus do Senhor Saṅkarṣaṇa, alcançarei o destino de grandes sábios, tais como Nārada Muni, conforme disse o Senhor Saṅkarṣaṇa.
SIGNIFICADO—As palavras ahaṁ samādhāya manaḥ indicam que, na hora da morte, o dever mais importante é concentrar a mente. Se alguém conseguir fixar sua mente nos pés de lótus de Kṛṣṇa, Viṣṇu, Saṅkarṣaṇa ou de qualquer outra mūrti de Viṣṇu, sua vida será exitosa. Para ser morto enquanto fixava sua mente nos pés de lótus de Saṅkarṣaṇa, Vṛtrāsura pediu a Indra que disparasse seu vajra, ou raio. Era seu destino ser morto pelo raio dado pelo Senhor Viṣṇu; não havia possibilidade de isso não acontecer. Portanto, Vṛtrāsura pediu que Indra disparasse o raio imediatamente e se preparou, fixando sua mente nos pés de lótus de Kṛṣṇa. O devoto sempre está disposto a abandonar seu corpo material, que aqui é descrito como grāmya-pāśa, a corda do apego material. Não há nada de bom no corpo; ele é simplesmente a causa do cativeiro no mundo material. É lamentável que, muito embora o corpo esteja destinado à destruição, os tolos e patifes depositem toda a sua fé no corpo e jamais se interessem em voltar ao lar, voltar ao Supremo.