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VERSOS 12-15

kumāro nārada ṛbhur
aṅgirā devalo ’sitaḥ
apāntaratamā vyāso
mārkaṇḍeyo ’tha gautamaḥ

vasiṣṭho bhagavān rāmaḥ
kapilo bādarāyaṇiḥ
durvāsā yājñavalkyaś ca
jātukarṇas tathāruṇiḥ

romaśaś cyavano datta
āsuriḥ sapatañjaliḥ
ṛṣir veda-śirā dhaumyo
muniḥ pañcaśikhas tathā

hiraṇyanābhaḥ kauśalyaḥ
śrutadeva ṛtadhvajaḥ
ete pare ca siddheśāś
caranti jñāna-hetavaḥ

kumāraḥ — Sanat-kumāra; nāradaḥ — Nārada Muni; ṛbhuḥ — Ṛbhu; aṅgirāḥ — Aṅgirā; devalaḥ — Devala; asitaḥ — Asita; apāntaratamāḥ — o nome anterior de Vyāsa, Apāntaratamā; vyāsaḥ — Vyāsa; mārkaṇḍeyaḥ — Mārkaṇḍeya; atha — e; gautamaḥ — Gautama; vasiṣṭhaḥ — Vasiṣṭha; bhagavān rāmaḥ — Senhor Paraśurāma; kapilaḥ — Kapila; bādarāyaṇiḥ — Śukadeva Gosvāmī; durvāsāḥ — Durvāsā; yājñaval­kyaḥ — Yājñavalkya; ca — também; jātukarṇaḥ — Jātukarṇa; tathā — bem como; aruṇiḥ — Aruṇi; romaśaḥ — Romaśa; cyavanaḥ — Cyavana; dattaḥ — Dattātreya; āsuriḥ — Āsuri; sa-patañjaliḥ — com Patañjali Ṛṣi; ṛṣiḥ — o sábio; veda-śirāḥ — a cabeça dos Vedas; dhaumyaḥ­ — Dhaumya; muniḥ — o sábio; pañcaśikhaḥ — Pañcaśikha; tathā — assim também; hiraṇyanābhaḥ — Hiraṇyanābha; kauśalyaḥ — Kauśalya; śrutadevaḥ — Śrutadeva; ṛtadhvajaḥ — Ṛtadhvaja; ete — todos esses; pare — outros; ca — e; siddha-īśāḥ — os mestres do poder místico; caranti — vagueiam; jñāna-hetavaḥ — pessoas muito eruditas e que pregam no mundo inteiro.

Ó grandes almas, tomei conhecimento de que, entre as pessoas gran­diosas e perfeitas que vagueiam pela superfície da Terra para minis­trar conhecimento àqueles que andam cobertos pela ignorância, estão Sanat-kumāra, Nārada, Ṛbhu, Aṅgirā, Devala, Asita, Apāntaratamā [Vyāsadeva], Mārkaṇḍeya, Gautama, Vasiṣṭha, Bhagavān Paraśurāma, Kapila, Śukadeva, Durvāsā, Yājñavalkya, Jātukarṇa e Aruṇi. Outros são Romaśa, Cyavana, Dattātreya, Āsuri, Patañjali, o grande sábio Dhaumya, que é como a cabeça dos Vedas, o sábio Pañcaśikha, Hiraṇyanābha, Kauśalya, Śrutadeva e Ṛtadhvaja. Com certeza, estais incluídos neste meio.

SIGNIFICADO—A palavra jñāna-hetavaḥ é muito significativa porque grandes personalidades, tais como essas relacionadas nestes versos, vagueiam pela superfície do globo, não para desencaminhar a população, mas para distribuir o conhecimento verdadeiro. Sem esse conhecimento, a vida humana é desperdiçada. Sob a forma de vida humana, devemos entender qual a nossa relação com Kṛṣṇa, ou Deus. Alguém que não tem esse conhecimento está na mesma categoria dos animais. O próprio Senhor diz na Bhagavad-gītā (7.15):

na māṁ duṣkṛtino mūḍhāḥ
prapadyante narādhamāḥ
māyayāpahṛta-jñānā
āsuraṁ bhāvam āśritāḥ

“Os canalhas que são grosseiramente tolos, que são os mais baixos da humanidade, cujo conhecimento é roubado pela ilusão e que compartilham da natureza ateísta dos demônios, não se rendem a Mim.”

Ignorância significa se ater ao conceito de vida corpórea (yasyātma-buddhiḥ kuṇape tri-dhātuke... sa eva go-kharaḥ). Através dos universos, em especial neste planeta, Bhūrloka, praticamente todos pensam que não existe a alma separada do corpo e, portanto, não é necessária a autorrealização. Mas isso não é verdade. Portan­to, todos os brāhmaṇas aqui relacionados, sendo devotos, viajam por todo o mundo para despertar a consciência de Kṛṣṇa nos cora­ções desses materialistas tolos.

Os ācāryas mencionados nestes versos são descritos no Mahābhārata. A palavra pañcaśikha também é importante. Uma pessoa liberada das concepções de annamaya, prāṇamaya, manomaya, vijñā­namaya e ānandamaya e que está perfeitamente a par das coberturas sutis da alma se chama pañcaśikha. De acordo com as declarações do Mahābhārata (Śānti-parva, capítulos 218-219), um ācārya cha­mado Pañcaśikha nasceu na família de Mahārāja Janaka, o gover­nante de Mithila. Os filósofos sāṅkhya aceitam que Pañcaśikhācārya é do grupo deles. O verdadeiro conhecimento se refere à entidade viva que reside dentro do corpo. Infelizmente, devido à ignorância, a entidade viva se identifica com o corpo e, portanto, sente prazer e dor.

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