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VERSO 57

yad etad vismṛtaṁ puṁso
mad-bhāvaṁ bhinnam ātmanaḥ
tataḥ saṁsāra etasya
dehād deho mṛter mṛtiḥ

yat — o qual; etat — isto; vismṛtam — esquecido; puṁsaḥ — pela entidade viva; mat-bhāvam — Minha posição espiritual; bhinnam — separação; ātmanaḥ — da Alma Suprema; tataḥ — dessa; saṁsāraḥ — vida condicionada material; etasya — da entidade viva; dehāt — de um corpo; dehaḥ — outro corpo; mṛteḥ — de uma morte; mṛtiḥ — outra morte.

Quando a entidade viva, julgando-se diferente de Mim, esquece-­se de sua identidade espiritual em conformidade com a qual goza de unidade qualitativa coMigo em eternidade, conhecimento e bem­-aventurança, é então que sua vida material condicionada começa. Em outras palavras, em vez de ajustar seus interesses aos Meus, ela se interessa em suas expansões corpóreas, tais como esposa, filhos e posses materiais. Dessa maneira, por influência de suas ações, recebe um corpo após outro, e, depois de uma morte, outra morte acontece.

SIGNIFICADO—De um modo geral, os filósofos māyāvādīs ou as pessoas influenciadas pelos filósofos māyāvādīs julgam que estão no mesmo nível da Suprema Personalidade de Deus. É essa a causa de sua vida condicionada. Como afirma o poeta vaiṣṇava Jagadānanda Paṇḍita em seu Prema-vivarta:

kṛṣṇa-bahirmukha hañā bhoga vāñchā kare
nikaṭa-stha māyā tāre jāpaṭiyā dhare

Logo que a entidade viva se esquece de sua posição constitucional e se esforça para se tornar una com o Supremo, sua vida condicio­nada começa. A concepção de que o Brahman Supremo e a enti­dade viva são iguais, não apenas em qualidade, mas também em quantidade, é a causa da vida condicionada. Se alguém se esquece da diferença entre o Senhor Supremo e a entidade viva, sua vida condicionada começa. Vida condicionada significa abandonar um corpo para aceitar outro e se submeter à morte para aceitar outra morte. O filósofo māyāvādī ensina a filosofia de tat tvam asi, di­zendo: “És igual a Deus.” Ele se esquece de que tat tvam asi se refere­ à posição marginal da entidade viva, a qual é como o brilho solar. Existem calor e luz no Sol, e também existem calor e luz no brilho solar, e assim, qualitativamente, eles são unos. Mas ninguém deve esquecer-se de que o brilho solar repousa no Sol. Como o Senhor diz na Bhagavad-gītā, brahmaṇo hi pratiṣṭhāham: “Eu sou a fonte que origina o Brahman.” O brilho solar é importante devido à presença do globo solar. Ninguém deve pensar que o globo solar é importante devido à onipresença do brilho solar. Esquecer esse fato e se equivocar com ele se chama māyā. Porque se esquece de sua posição constitucional e da posição constitucional do Senhor Su­premo, a pessoa cai vítima de māyā, ou do saṁsāra – a vida condi­cionada. Com relação a isso, Madhvācārya diz:

sarva-bhinnaṁ parātmānaṁ
vismaran saṁsared iha
abhinnaṁ saṁsmaran yāti
tamo nāsty atra saṁśayaḥ

Quando alguém pensa que não existe nenhuma diferença entre a entidade viva e o Senhor Supremo, não há dúvida de que está em ignorância (tamaḥ).

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