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VERSO 74

ārādhanaṁ bhagavata
īhamānā nirāśiṣaḥ
ye tu necchanty api paraṁ
te svārtha-kuśalāḥ smṛtāḥ

ārādhanam — a adoração; bhagavataḥ — à Suprema Personalidade de Deus; īhamānāḥ — estando interessados em; nirāśiṣaḥ — sem desejos materiais; ye — aqueles que; tu — na verdade; na icchanti — não desejam; api — nem mesmo; param — liberação; te — eles; sva-artha — em seu interesse próprio; kuśalāḥ — entendidos; smṛtāḥ — são considerados.

Embora aqueles que estão interessados em apenas adorar a Suprema Personalidade de Deus não desejem do Senhor nada mate­rial e nem mesmo desejem a liberação, o Senhor Kṛṣṇa satisfaz todos os seus desejos.

SIGNIFICADO—Ao ver o Senhor Viṣṇu, Dhruva Mahārāja se recusou a aceitar as bênçãos dEle, pois estava plenamente satisfeito com o fato de ver o Senhor. Entretanto, o Senhor é tão bondoso que, porque Dhruva Mahārāja, no começo, desejara um reino maior do que o de seu pai, o Senhor o promoveu a Dhruvaloka, o melhor planeta do universo. Portanto, os śāstras dizem:

akāmaḥ sarva-kāmo vā
mokṣa-kāma udāra-dhīḥ
tīvreṇa bhakti-yogena
yajeta puruṣaṁ param

“A pessoa de inteligência mais desenvolvida, esteja ela repleta de todos os desejos materiais, não tenha nenhum desejo material ou deseje a liberação, deve, por todos os meios, adorar o todo supremo, a Personalidade de Deus.” (Śrīmad-Bhāgavatam 2.3.10) A pessoa deve ocupar-se em serviço devocional pleno. Então, muito embora não tenha desejos, todos os desejos que acalentou anteriormente poderão ser satisfeitos pelo simples fato de adorar o Senhor. O verdadeiro devoto não deseja nem mesmo a liberação (anyābhilāṣitā-śūnyam). O Senhor, entretanto, satisfaz o desejo do devoto, concedendo-lhe uma opulência que jamais será destruída. A opulência do karmī é destruída, mas a opulência do devoto jamais é des­truída. À medida que intensifica seu serviço devocional ao Senhor, o devoto se torna cada vez mais opulento.

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