VERSOS 1-2
śrī-rājovāca
yayā guptaḥ sahasrākṣaḥ
savāhān ripu-sainikān
krīḍann iva vinirjitya
tri-lokyā bubhuje śriyam
bhagavaṁs tan mamākhyāhi
varma nārāyaṇātmakam
yathātatāyinaḥ śatrūn
yena gupto ’jayan mṛdhe
śrī-rājā uvāca — o rei Parīkṣit disse; yayā — pelo qual (o escudo espiritual); guptaḥ — protegido; sahasra-akṣaḥ — o rei Indra de mil olhos; sa-vāhān — com seus ajudantes; ripu-sainikān — os soldados e comandantes inimigos; krīḍan iva — como se aquilo fosse um divertimento; vinirjitya — derrotando; tri-lokyāḥ — dos três mundos (os sistemas planetários superior, intermediário e inferior); bubhuje — desfrutou; śriyam — da opulência; bhagavan — ó grande sábio; tat — isto; mama — a mim; ākhyāhi — por favor, explica; varma — couraça defensiva feita de um mantra; nārāyaṇa-ātmakam — consistindo na misericórdia de Nārāyaṇa; yathā — na maneira pela qual; ātatāyinaḥ — que se empenhavam em matá-lo; śatrūn — inimigos; yena — pelo qual; guptaḥ — sendo protegido; ajayat — desbaratou; mṛdhe — na luta.
O rei Parīkṣit perguntou a Śukadeva Gosvāmī: Meu senhor, por favor, explica-me o que é a armadura viṣṇu-mantra que protegeu o rei Indra e o capacitou a derrotar tanto os seus inimigos quanto os ajudantes destes e lhe deu condições de desfrutar da opulência dos três mundos. Por favor, explica-me sobre essa armadura Nārāyaṇa, com a qual o rei Indra alcançou sucesso na batalha, conquistando os inimigos que se empenhavam por matá-lo.