VERSO 3
iti naḥ sumahā-bhāga
nārāyaṇa-guṇān prati
saṁśayaḥ sumahāñ jātas
tad bhavāṁś chettum arhati
iti — assim; naḥ — nossa; su-mahā-bhāga — ó glorioso; nārāyaṇa-guṇān — as qualidades de Nārāyaṇa; prati — em direção a; saṁśayaḥ — dúvida; su-mahān — enorme; jātaḥ — nascida; tat — esta; bhavān — Vossa Onipotência; chettum arhati — por favor, dissipa.
Ó brāhmaṇa afortunadíssimo e erudito, se Nārāyaṇa é parcial ou imparcial se tornou uma grande dúvida. Por favor, dissipa minha dúvida, apresentando evidências positivas de que Nārāyaṇa sempre é neutro e igual com todos.
SIGNIFICADO—Uma vez que o Senhor Nārāyaṇa é absoluto, Suas qualidades transcendentais são descritas como unas. Assim, tanto Suas punições quanto Seus favores têm o mesmo valor. Em essência, Suas ações inamistosas não denotam que Ele tenha inimizade com Seus pretensos inimigos, mas, no campo material, pensa-se que Kṛṣṇa favorece os devotos e hostiliza os não-devotos. Quando Kṛṣṇa apresenta na Bhagavad-gītā a Sua instrução conclusiva: sarva-dharmān parityajya mām ekaṁ śaraṇaṁ vraja, ela não se destina apenas a Arjuna, mas a todas as entidades vivas dentro deste universo.