VERSO 39
enaḥ pūrva-kṛtaṁ yat tad
rājānaḥ kṛṣṇa-vairiṇaḥ
jahus te ’nte tad-ātmānaḥ
kīṭaḥ peśaskṛto yathā
enaḥ — esta atividade pecaminosa (blasfemar o Senhor Supremo); pūrva-kṛtam — executada em nascimentos anteriores; yat — a qual; tat — isto; rājānaḥ — reis; kṛṣṇa-vairiṇaḥ — sempre atuando como inimigos de Kṛṣṇa; jahuḥ — abandonaram; te — todos eles; ante — no momento da morte; tat-ātmānaḥ — obtendo o mesmo corpo e forma espirituais; kīṭaḥ — um verme; peśaskṛtaḥ — (capturado por) um zangão preto; yathā — assim como.
Não apenas Śiśupāla e Dantavakra, mas também muitos e muitos outros reis que atuaram como inimigos de Kṛṣṇa, alcançaram a salvação na ocasião da morte. Como pensavam no Senhor, eles receberam corpos e formas iguais aos dEle, assim como os vermes capturados pelo zangão negro obtêm a mesma espécie de corpo do zangão.
SIGNIFICADO—O mistério da meditação ióguica é aqui explicado. Os verdadeiros yogīs sempre meditam na forma de Viṣṇu situada dentro de seus corações. Consequentemente, no momento da morte, eles deixam seus corpos pensando na forma de Viṣṇu e, então, alcançam Viṣṇuloka, Vaikuṇṭhaloka, onde recebem formas corpóreas iguais às do Senhor. No sexto canto, tomamos conhecimento de que, quando vieram de Vaikuṇṭha para salvar Ajāmila, os Viṣṇudūtas se pareciam exatamente com Viṣṇu, pois tinham quatro braços e os mesmos aspectos de Viṣṇu. Portanto, pode-se concluir que, se alguém pratica pensar em Viṣṇu, e, no momento da morte, seu pensamento está completamente absorto nEle, essa pessoa retorna ao lar, retorna ao Supremo. Mesmo os inimigos de Kṛṣṇa que pensavam em Kṛṣṇa porque estavam com medo (bhaya), como Kaṁsa, receberam corpos espiritualmente idênticos ao corpo do Senhor.