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VERSO 52

niṣekādi-śmaśānāntaiḥ
saṁskāraiḥ saṁskṛto dvijaḥ
indriyeṣu kriyā-yajñān
jñāna-dīpeṣu juhvati

niṣeka-ādi — o começo da vida (o processo purificatório de garbhādhāna, realizado quando o pai gera um filho, injetando sêmen no ventre da mulher); śmaśāna-antaiḥ — e na hora da morte, quando o corpo é posto em um crematório e reduzido a cinzas; saṁskāraiḥ — mediante esses processos purificatórios; saṁskṛtaḥ — purificado; dvijaḥ — um brāhmaṇa duas vezes nascido; indriyeṣu — nos sentidos; kriyā-yajñān — atividades e sacrifícios (que elevam alguém aos sistemas planetários superiores); jñāna-dīpeṣu — através da iluminação em verdadeiro conhecimento; juhvati — oferece.

O brāhmaṇa duas vezes nascido [dvija] é agraciado com vida graças à participação de seus pais que se submetem ao processo purificatório conhecido como garbhādhāna. Também existem outros processos de purificação que agem até no fim da vida, quando se realiza a cerimônia fúnebre [antyeṣṭi-kriyā]. Assim, no decorrer do tempo, o brāhmaṇa qualificado perde o interesse pelas atividades e sacrifícios materiais e, com pleno discernimento, oferece os sacrifícios sensoriais através dos sentidos funcionais, que são iluminados pelo fogo do conhecimento.

SIGNIFICADOAqueles que estão interessados em atividades materialistas permanecem no ciclo de nascimentos e mortes. Pravṛtti-mārga, ou a propensão a permanecer no mundo material para desfrutar de muitas variedades de gozo dos sentidos, foi explicado no verso anterior. Agora, neste verso, explica-se que alguém que tenha perfeito conhecimento bramânico rejeita o processo através do qual a pessoa se eleva aos planetas superiores; ele prefere aceitar nivṛtti-marga – em outras palavras, ele se prepara para voltar ao lar, para voltar ao Supremo. Aqueles que não são brāhmaṇas, mas ateístas, não sabem o que é pravṛtti-mārga ou nivṛtti-mārga; tudo o que querem é obter prazer a qualquer custo. Portanto, o nosso movimento da consciência de Kṛṣṇa está treinando os devotos para abandonarem pravṛtti-mārga e aceitarem nivṛtti-marga a fim de voltarem ao lar, voltarem ao Supremo. Isso é um pouco difícil de ser entendido, mas se torna muito fácil se alguém adota seriamente a consciência de Kṛṣṇa e tenta entender Kṛṣṇa. A pessoa consciente de Kṛṣṇa pode entender que realizar yajña de acordo com o sistema karma-kāṇḍa é um desperdício de tempo e que o simples fato de alguém abandonar karma-kāṇḍa para aceitar o processo de especulação também é algo infrutífero. Portanto, Narottama Dāsa Ṭhākura canta em seu Prema-bhakti-candrikā:

karma-kāṇḍa, jñāna-kāṇḍa, kevala viṣera bhāṇḍa
‘amṛta’ baliyā yebā khāya
nānā yoni sadā phire, kadarya bhakṣaṇa kare,
tāra janma adhaḥ-pāte yāya

Uma vida de karma-kāṇḍa ou jñāna-kāṇḍa é como uma taça de veneno, e todo aquele que adota semelhante vida está condenado. No sistema karma-kāṇḍa, a pessoa se destina a aceitar repetidos nascimentos e mortes. Igualmente, através de jñāna-kāṇḍa, volta-se a cair neste mundo material. Somente a adoração à Pessoa Suprema oferece a segurança de voltarmos ao lar, voltarmos ao Supremo.

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