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VERSO 43

yathānalo dāruṣu bhinna īyate
yathānilo deha-gataḥ pṛthak sthitaḥ
yathā nabhaḥ sarva-gataṁ na sajjate
tathā pumān sarva-guṇāśrayaḥ paraḥ

yathā — assim como; analaḥ — o fogo; dāruṣu — na madeira; bhinnaḥ — separado; īyate — é percebido; yathā — assim como; anilaḥ — o ar; deha-gataḥ — dentro do corpo; pṛthak — separado; sthitaḥ — situado; yathā — assim como; nabhaḥ — o céu; sarva-gatam — onipenetrante; na — não; sajjate — se mistura; tathā — do mesmo modo; pumān — a entidade viva; sarva-guṇa-āśrayaḥ — embora agora seja o refúgio dos modos da natureza material; paraḥ — transcendental à contaminação material.

Assim como o fogo, embora situado na madeira, é percebido como diferente da madeira; assim como o ar, embora situado dentro da boca e das narinas, é percebido como estando separado, e assim como o céu, embora onipenetrante, nunca se mistura com nada, do mesmo modo, embora agora engaiolada dentro do corpo material, do qual é a fonte, a entidade viva é distinta dele.

SIGNIFICADO—Na Bhagavad-gītā, a Suprema Personalidade de Deus explica que tanto a energia material quanto a energia espiritual emanam dEle. A energia material é descrita como me bhinnā prakṛtir aṣṭadhā, as oito energias do Senhor, que são distintas. Porém, embora se afirme que as oito energias materiais grosseiras e sutis – a saber, terra, água, fogo, ar, éter, mente, inteligência e falso ego – sejam bhinnā, desvinculadas do Senhor, elas não o são, na verdade. Assim como o fogo parece estar separado da madeira e assim como o ar que flui pelas narinas e pela boca do corpo parece estar separado do corpo, da mesma maneira, o Paramātmā, a Suprema Personalidade de Deus, parece estar separado do ser vivo, mas, na verdade, está separado e não-separado simultaneamente. Esta é a filosofia de acintya-bhedābheda-tattva, proposta por Śrī Caitanya Mahāprabhu. De acordo com as reações do karma, o ser vivo parece estar desvinculado da Suprema Personalidade de Deus, mas a verdade é que ele está muito intimamente relacionado com o Senhor. Portanto, muito embora agora pareçamos desamparados pelo Senhor, Ele de fato sempre está atento às nossas atividades. Em todas as circunstâncias, portanto, devemos simplesmente depender da superioridade da Suprema Personalidade de Deus e, desse modo, reviver a relação íntima que mantemos com Ele. Devemos depender da autoridade e do controle da Suprema Personalidade de Deus.

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