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VERSO 55

kathaṁ tv ajāta-pakṣāṁs tān
mātṛ-hīnān bibharmy aham
manda-bhāgyāḥ pratīkṣante
nīḍe me mātaraṁ prajāḥ

katham — como; tu — mas; ajāta-pakṣān — que não têm asas crescidas para voar; tān — a eles; mātṛ-hīnān — desprovidos de sua mãe; bibharmi — manterei; aham — eu; manda-bhāgyāḥ — muito desafortunados; pratīkṣante — eles esperam; nīḍe — no ninho; me — meus; mātaram — a mãe deles; prajāḥ — filhotes de pássaro.

Os infelizes filhotes de pássaro, desprovidos de sua mãe, estão esperando que ela vá alimentá-los no ninho. Eles ainda são muito pequenos, e suas asas nem mesmo cresceram. Como serei capaz de mantê-los?

SIGNIFICADO—O pássaro se lastima pela mãe de seus filhos porque a mãe naturalmente mantém os filhos e cuida deles. Yamarāja, entretanto, disfarçado de um garotinho, já explicara que, embora sua mãe o tivesse deixado desamparado e perambulando pela floresta, os tigres e outros animais ferozes não o comeram. O fato real é que, se a Suprema Personalidade de Deus protege alguém, muito embora a pessoa seja órfã de pai e mãe, ela pode ser mantida pela amável vontade do Senhor. De outro modo, se o Senhor Supremo não confere proteção a alguém, essa pessoa tem que sofrer apesar da presença de seu pai e de sua mãe. Outro exemplo é que, às vezes, um paciente morre apesar de contar com um bom médico e remédios eficazes. Assim, sem a proteção do Senhor, ninguém pode viver, com ou sem pais.

Outro ponto neste verso é que se, mesmo na sociedade dos pássaros e das feras, os pais e as mães têm sentimentos protetores por seus filhos, o que dizer, então, da sociedade humana? Kali-yuga, entretanto, é tão degradada que o pai e a mãe chegam ao extremo de matar seus filhos no ventre, sob o pretexto de conhecimentos científicos de que, dentro do ventre, a criança não tem vida. Médicos de prestígio emitem esta opinião, e, portanto, o pai e a mãe de hoje em dia matam seus filhos dentro do ventre. Quão degradada se tornou a sociedade humana! Seu conhecimento científico é tão avançado que ela pensa que o embrião e o feto não têm vida. E esses supostos cientistas estão recebendo prêmios nobéis como um estímulo a que eles deem impulso à teoria da evolução química. Contudo, se as combinações químicas são a fonte da vida, por que os cientistas, valendo-se da química, não constroem algo equivalente a um ovo e o põem em uma incubadora para que apareça um pintinho? Qual é a resposta deles? Com seu conhecimento científico, eles são incapazes de sequer criar um ovo. A Bhagavad-gītā descreve esses cientistas como māyayāpahṛta-jñānāḥ, tolos privados do verdadeiro conhecimento. Eles não são homens de conhecimento, mas se fazem passar por cientistas e filósofos, embora seu suposto conhecimento teórico não consiga produzir resultados práticos.

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