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VERSO 31

na te viduḥ svārtha-gatiṁ hi viṣṇuṁ
durāśayā ye bahir-artha-māninaḥ
andhā yathāndhair upanīyamānās
te ’pīśa-tantryām uru-dāmni baddhāḥ

na — não; te — elas; viduḥ — sabem; sva-artha-gatim — a meta última da vida, ou seu verdadeiro interesse pessoal; hi — na verdade; viṣṇum — o Senhor Viṣṇu e Sua morada; durāśayāḥ — tendo a ambição de desfrutar deste mundo material; ye — quem; bahiḥ — objetos sensoriais externos; artha-māninaḥ — considerando como valiosos; andhāḥ — pessoas cegas; yathā — assim como; andhaiḥ — por outros homens cegos; upanīyamānāḥ — sendo lideradas; te — elas; api — embora; īśa-tantryām — às cordas (leis) da natureza material; uru — tendo muito fortes; dāmni — fios; baddhāḥ — atadas.

As pessoas que estão fortemente absortas na consciência de desfrutar da vida material e que, portanto, aceitaram como seu líder ou guru outro homem cego apegado aos objetos sensoriais externos, não podem entender que a meta da vida é regressar ao lar, regressar ao Supremo, e se ocupar a serviço do Senhor Viṣṇu. Assim como homens cegos guiados por outro cego saem do caminho correto e caem em um buraco, os homens materialmente apegados e liderados por outro homem materialmente apegado são atados pelas cordas do trabalho fruitivo, que são feitas de fios muito fortes, e continuam vezes e mais vezes na vida materialista, sofrendo as três classes de sofrimentos.

SIGNIFICADO—Uma vez que sempre deve haver diferença de opiniões entre demônios e devotos, Hiraṇyakaśipu, quando criticado por seu filho Prahlāda Mahārāja, não deveria ficar surpreso com o fato de que Prahlāda Mahārāja diferisse do seu modo de vida. Entretanto, Hiraṇyakaśipu ficou extremamente irado e queria censurar seu filho por não ter dado atenção ao seu professor ou mestre espiritual, que nascera na família brāhmaṇa do grande ācārya Śukrācārya. A palavra śukra significa “sêmen”, e ācārya se refere a um professor ou guru. Desde tempos imemoriais, os gurus, ou mestres espirituais, hereditários têm sido aceitos em toda parte, mas Prahlāda Mahārāja se recusou a aceitar semelhante guru seminal ou receber suas instruções. O verdadeiro guru é śrotriya, aquele que ouviu ou recebeu o conhecimento perfeito através do paramparā, a sucessão discipular. Portanto, Prahlāda Mahārāja se negou a reconhecer algum mestre espiritual seminal. Semelhantes mestres espirituais não estão interessados em Viṣṇu de modo algum. Na verdade, estão encantados com o sucesso material (bahir-artha-māninaḥ). A palavra bahiḥ significa “externo”; artha, “interesse”, e mānina, “levando muito a sério”. Falando em termos práticos, quase todos desconhecem o mundo espiritual. O conhecimento de que os materialistas são dotados limita-se aos seis bilhões e quatro milhões de quilômetros que correspondem à extensão deste mundo material, que está situado na porção escura da criação; eles não sabem que, além do mundo material, está o mundo espiritual. Quem não é devoto do Senhor não pode entender a existência do mundo espiritual. Os gurus, ou professores, que estão interessados apenas neste mundo material são descritos neste verso como andha, cegos. Tais cegos se apresentam para liderar outros seguidores cegos que não têm verdadeiro conhecimento das condições materiais, mas não são aceitos por devotos como Prahlāda Mahārāja. Tais preceptores cegos, estando interessados no mundo material externo, estão sempre atados pelas fortes cordas da natureza material.

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