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VERSO 42

sukhāya duḥkha-mokṣāya
saṅkalpa iha karmiṇaḥ
sadāpnotīhayā duḥkham
anīhāyāḥ sukhāvṛtaḥ

sukhāya — para alcançar a felicidade através de um suposto padrão de vida elevada; duḥkha-mokṣāya — para se livrar do sofrimento; saṅkalpaḥ — a determinação; iha — neste mundo; karmiṇaḥ — da entidade viva que tenta conseguir desenvolvimento econômico; sadā — sempre; āpnoti — alcança; īhayā — através da atividade ou da ambição; duḥkham — apenas infelicidade; anīhāyāḥ — e como não deseja desenvolvimento econômico; sukha — pela felicidade; āvṛtaḥ — coberta.

Neste mundo material, todo materialista deseja obter a felicidade e diminuir sua aflição, e age de acordo com esse objetivo. Na verdade, entretanto, as pessoas são felizes enquanto não se esforçam para obter a felicidade; logo que alguém passa a agir em busca da felicidade, suas condições aflitivas começam.

SIGNIFICADO—Toda alma condicionada está atada às leis da natureza material, como se descreve na Bhagavad-gītā (prakṛteḥ kriyamāṇāni guṇaiḥ karmāṇi sarvaśaḥ). De acordo com as instruções da Suprema Personalidade de Deus, cada qual obteve certa classe de corpo fornecido pela natureza material.

īśvaraḥ sarva-bhūtānāṁ
hṛd-deśe ’rjuna tiṣṭhati
bhrāmayan sarva-bhūtāni
yantrārūḍhāni māyayā

“O Senhor Supremo está situado no coração de todos, ó Arjuna, e dirige as andanças de todas as entidades vivas, que estão situadas em uma espécie de máquina, feita de energia material.” (Bhagavad-gītā 18.61) A Suprema Personalidade de Deus, a Superalma, está presente no coração de todos, e, conforme o desejo da entidade viva, o Senhor lhe dará condições propícias para ela agir de acordo com suas ambições em diferentes classes de corpos. O corpo é como um instrumento mediante o qual a entidade viva pode mover-se impelida por falsos desejos de felicidade e, dessa maneira, sofrer as dores de nascimento, morte, velhice e doença em diferentes padrões de vida. Ao começar suas atividades, todos partem de algum plano ou ambição, mas, na verdade, do início ao fim de seu plano, ninguém consegue extrair felicidade alguma. Ao contrário, logo que alguém passa a agir de acordo com o seu plano, a sua vida de infelicidade começa. Portanto, ninguém deve empenhar-se em afastar as condições infelizes que surgem na vida, pois nada se pode fazer contra elas. Ahaṅkāra-vimūḍhātmā kartāham iti manyate. Embora alguém aja de acordo com falsas ambições, pensa que, através de suas atividades, pode melhorar suas condições materiais. Os Vedas prescrevem que ninguém deve tentar aumentar a felicidade ou diminuir a infelicidade, pois esse esforço é inútil. Tasyaiva hetoḥ prayateta kovidaḥ. Deve-se trabalhar para obter a autorrealização, e não para conseguir desenvolvimento econômico, pois é impossível alguém o aprimorar. Sem esforço algum de sua parte, a pessoa obtém a quantidade de felicidade e aflição que lhe está reservada, e ninguém pode mudar isso. Portanto, é melhor usarmos o nosso tempo para avançarmos na vida espiritual, na consciência de Kṛṣṇa. Ninguém deve desperdiçar sua preciosa vida humana. É melhor utilizar esta vida para desenvolver a consciência de Kṛṣṇa, sem ambicionar a assim chamada felicidade.

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