VERSO 48
baliś cośanasā spṛṣṭaḥ
pratyāpannendriya-smṛtiḥ
parājito ’pi nākhidyal
loka-tattva-vicakṣaṇaḥ
baliḥ — Mahārāja Bali; ca — também; uśanasā — por Śukrācārya; spṛṣṭaḥ — sendo tocado; pratyāpanna — foi trazida de volta; indriya-smṛtiḥ — percepção das ações dos sentidos e da memória; parājitaḥ — ele foi derrotado; api — embora; na akhidyat — ele não se lamentou; loka-tattva-vicakṣaṇaḥ — porque era muito experiente nos afazeres universais.
Bali Mahārāja era muito experiente nos afazeres universais. Quando, pela graça de Śukrācārya, recobrou seus sentidos e sua memória, pôde entender tudo o que havia acontecido. Portanto, embora tenha sido derrotado, não ficou lamentando-se.
SIGNIFICADO—É expressivo que Bali Mahārāja seja aqui definido como muito experiente. Embora derrotado, ele não ficou pesaroso de modo algum, pois sabia que nada podia acontecer sem a sanção da Suprema Personalidade de Deus. Porque era um devoto, ele aceitou sua derrota e não se lamentou. Como a Suprema Personalidade de Deus afirma na Bhagavad-gītā (2.47): karmaṇy evādhikāras te mā phaleṣu kadācana. Todas as pessoas em consciência de Kṛṣṇa devem executar o seu dever, sem se preocuparem com a vitória ou com a derrota. Todos devem executar o seu dever conforme a ordem de Kṛṣṇa ou de Seu representante, o mestre espiritual. Ānukūlyena kṛṣṇānuśīlanaṁ bhaktir uttamā. No serviço devocional perfeito, sempre são acatadas as ordens e a vontade de Kṛṣṇa.
Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do oitavo canto, décimo primeiro capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “O Rei Indra Aniquila os Demônios”.