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VERSO 10

manasvinaḥ kāruṇikasya śobhanaṁ
yad arthi-kāmopanayena durgatiḥ
kutaḥ punar brahma-vidāṁ bhavādṛśāṁ
tato vaṭor asya dadāmi vāñchitam

manasvinaḥ — de pessoas que são deveras munificentes; kāruṇika­sya — de pessoas que têm fama de serem muito misericordiosas; śo­bhanam — muito auspicioso; yat — isto; arthi — das pessoas que precisam de dinheiro; kāma-upanayena — satisfazendo; durgatiḥ — tornando-se pobres; kutaḥ — que; punaḥ — novamente (deve-se dizer); brahma­-vidām — de pessoas versadas na ciência transcendental (brahma­-vidyā); bhavādṛśām — como tu; tataḥ — portanto; vaṭoḥ — do brahmacārī; asya — deste Vāmanadeva; dadāmi — darei; vāñchitam — tudo o que Ele quiser.

Fazendo caridade, uma pessoa benévola e misericordiosa, sem dú­vida, torna-se ainda mais auspiciosa, especialmente quando faz cari­dade a alguém como tua pessoa. Nessas circunstâncias, devo fazer a esse pequeno brahmacārī toda caridade que Ele acaso deseje de mim.

SIGNIFICADO—Se alguém fica em uma condição de extrema pobreza porque perde seu dinhei­ro em negócios, jogos de azar, prostituição ou intoxicação, ninguém o louvará, mas se outrem empobrece porque deu todas as suas posses em caridade, é adorado em todo o mundo. Além disso, se uma pessoa benevolente e misericordiosa sente-se honrada em tornar-se pobre após dar suas posses em caridade, sua pobreza é um bom indício e um sinal auspicioso característicos de uma grande personalidade. Bali Mahārāja concluiu que, apesar da consequência de ficar muito pobre dando tudo a Vāmanadeva, preferia essa atitude.

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