VERSO 17
megha-śyāmaḥ kanaka-paridhiḥ karṇa-vidyota-vidyun
mūrdhni bhrājad-vilulita-kacaḥ srag-dharo rakta-netraḥ
jaitrair dorbhir jagad-abhaya-dair dandaśūkaṁ gṛhītvā
mathnan mathnā pratigirir ivāśobhatātho dhṛtādriḥ
megha-śyāmaḥ — escuro como uma nuvem; kanaka paridhiḥ — usando roupas amarelas; karṇa — nas orelhas; vidyota-vidyut — cujos brincos emitiam raios brilhantes; mūrdhni — à cabeça; bhrājat — somando; vilulita — revoltos; kacaḥ — cujos cabelos; srak-dharaḥ — usando uma guirlanda de flores; rakta-netraḥ — com olhos vermelhos; jaitraiḥ — vitoriosos; dorbhiḥ — com braços; jagat — ao universo; abhaya-daiḥ — que infundem destemor; dandaśūkam — a serpente (Vāsuki); gṛhītvā — após pegar; mathnan — batendo; mathnā — com o bastão a ser utilizado na batedura (montanha Mandara); pratigiriḥ — outra montanha; iva — tal qual; aśobhata — Ele parecia; atho — então; dhṛta-adriḥ — tendo segurado a montanha.
O Senhor parecia uma nuvem escura. Ele vestia roupas amarelas, Seus brincos em Suas orelhas emitiam raios brilhantes, e Seu cabelo caía espalhado pelos ombros. Ele usava uma guirlanda de flores, e Seus olhos eram rosados. Com Seus braços fortes e gloriosos, que inspiram destemor em todo o universo, Ele segurou Vāsuki e, usando a montanha Mandara como o bastão com o qual se realizaria a batedura, começou a bater o oceano. Enquanto executava essa tarefa, o Senhor parecia uma bela montanha chamada Indranīla.