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VERSO 47

tenāyajata yajñeśaṁ
bhagavantam adhokṣajam
urvaśī-lokam anvicchan
sarva-devamayaṁ harim

tena — gerando semelhante fogo; ayajata — ele adorou; yajña-īśam — o mestre ou desfrutador do yajña; bhagavantam — a Suprema Personalidade de Deus; adhokṣajam — situado além da percepção sensorial; urvaśī-lokam — ao planeta onde Urvaśī estava; anvicchan — embora desejasse ir; sarva-deva-mayam — o reservatório de todos os semideu­ses; harim — a Suprema Personalidade de Deus.

Por meio daquele fogo, Purūravā, que desejava ir ao planeta onde Urvaśī residia, realizou um sacrifício, com o qual satisfez a Supre­ma Personalidade de Deus, Hari, o desfrutador dos resultados dos sacrifícios. Assim, ele adorou o Senhor, que está além da percepção sensorial e é o reservatório de todos os semideuses.

SIGNIFICADOComo se afirma na Bhagavad-gītā, bhoktāraṁ yajña-tapasāṁ sarva-loka-maheśvaram: qualquer loka, ou planeta, ao qual alguém deseje ir é propriedade da Suprema Personalidade de Deus, o desfru­tador dos resultados dos sacrifícios. O propósito do yajña é satis­fazer a Suprema Personalidade de Deus. Nesta era de Kali, como explicamos muitas vezes, o yajña que consiste em cantar o mahā­-mantra Hare Kṛṣṇa é o único sacrifício que pode satisfazer o Senhor Supremo. Quando o Senhor Supremo está satisfeito, pode-se concre­tizar qualquer desejo, seja ele material, seja espiritual. A Bhagavad-gītā (3.14) também diz que yajñād bhavati parjanyaḥ: oferecendo sacrifícios ao Senhor Viṣṇu, pode-se obter chuva o suficiente. Quando há chuva o suficiente, a terra torna-se propícia a produzir tudo (sarva-kāma­-dughā mahī). Se alguém utiliza a terra adequadamente, pode obter da terra as necessidades da vida, incluindo grãos alimentícios, frutas, flores e legumes. Tudo o que pode se transformar em rique­za material vem da terra, daí se dizer que sarva-kāma-dughā mahī. Tudo é possível para aquele que realiza yajña para satisfazer a Suprema Personalidade de Deus. O Senhor é adhokṣaja, além da percepção de Purūravā e dos demais. Consequente­mente, a entidade viva deve realizar alguma classe de yajña. Portanto, embora desejasse algo material, Purūravā de fato realizou yajña para a satisfação dos seus desejos. Os yajñas são realizados na sociedade somente quando esta, seguindo o varṇāśrama-dharma, divide-se em quatro varṇas e quatro āśramas. Sem esse processo regulador, ninguém pode realizar yajñas, e, sem a realização de yajñas, não há planos materiais que possam em algum momento tornar a socie­dade humana feliz. Todos, portanto, devem sentir-se animados a praticar yajñas. Nesta era de Kali, o yajña recomendado é o saṅkīrtana, o canto individual ou coletivo do mahā-māntra Hare Kṛṣṇa. Isso sa­tisfará todas as necessidades da sociedade humana.

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