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VERSO 48

eka eva purā vedaḥ
praṇavaḥ sarva-vāṅmayaḥ
devo nārāyaṇo nānya
eko ’gnir varṇa eva ca

ekaḥ — somente um; eva — na verdade; purā — outrora; vedaḥ — livro de conhecimento transcendental; praṇavaḥ — o oṁkāra; sarva­-vāk-mayaḥ — consistindo em todos os mantras védicos; devaḥ — o Senhor, Deus; nārāyaṇaḥ — apenas Nārāyaṇa (era adorável em Satya­-yuga); na anyaḥ — nenhum outro; ekaḥ agniḥ — apenas uma divisão para o agni; varṇaḥ — ordem de vida; eva ca — e com certeza.

Em Satya-yuga, o primeiro milênio, todos os mantras védicos estavam incluídos em um mantra – o praṇava, a raiz de todos os mantras védicos. Em outras palavras, sozinho, o Atharva Veda era a fonte de todo o conhecimento védico. A Suprema Personalidade de Deus, Nārāyaṇa, era a única Deidade adorável; não havia recomendação de que se adorassem os semideuses. Só havia um fogo, e a única ordem de vida na sociedade humana era conhecida como haṁsa.

SIGNIFICADOEm Satya-yuga, havia apenas um Veda, e não quatro. Mais tarde, antes do começo de Kali-yuga, esse único Veda, o Atharva Veda (ou, dizem alguns, o Yajur Veda), foi dividido em quatro – Sāma, Yajur, Ṛg e Atharva – para facilitar a vida da sociedade humana. Em Satya-yuga, o único mantra era o oṁkāra (oṁ tat sat). O mesmo nome oṁkāra manifesta-se no mantra Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa, Kṛṣṇa Kṛṣṇa, Hare Hare/ Hare Rāma, Hare Rāma, Rāma Rāma, Hare Hare. A menos que alguém seja brāhmaṇa, não pode pronun­ciar o oṁkāra e, então, obter o resultado desejado. Em Kali-yuga, todavia, quase todos são śūdras, sem competência para pronunciar o praṇava, o oṁkāra. Portanto, os śāstras recomendam o canto do mahā-mantra Hare Kṛṣṇa. O oṁkāra é um mantra, ou mahā-mantra, e o Hare Kṛṣṇa também é um mahā-mantra. O propósito de pronunciar o oṁkāra é dirigir-se à Suprema Personalidade de Deus, Vāsudeva (oṁ namo bhagavate vāsudevāya). E o propósito de cantar o mantra Hare Kṛṣṇa é o mesmo. Hare: “Ó energia do Senhor!” Kṛṣṇa: “Ó Senhor Kṛṣṇa!” Hare: “Ó energia do Senhor!” Rāma: “Ó Senhor Supremo, ó desfrutador Supremo!” O único Senhor adorável é Hari, que é a meta dos Vedas (vedaiś ca sarvair aham eva vedyaḥ). Adorando os semideuses, a pessoa adora as diferentes partes do Senhor, assim como se pode regar os ramos e brotos de uma árvore. Mas adorar Nārāyaṇa, a Suprema Personalidade de Deus em quem tudo está incluído, é como regar a raiz da árvore, dessa maneira fornecendo água ao tronco, ramos, brotos, folhas e assim por diante. Em Satya­-yuga, as pessoas sabiam como satisfazer as necessidades da vida sim­plesmente adorando Nārāyaṇa, a Suprema Personalidade de Deus. O mesmo objetivo pode ser alcançado nesta era de Kali cantando-se o mantra Hare Kṛṣṇa, como se recomenda no Bhāgavatam. Kīrta­nād eva kṛṣṇasya mukta-saṅgaḥ paraṁ vrajet. Pelo simples fato de cantar o mantra Hare Kṛṣṇa, o indivíduo se livra do cativeiro imposto pela existência material e, assim, qualifica-se para retornar ao lar, retornar ao Supremo.

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