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VERSO 61

rāḍhadeśe janmilā ṭhākura nityānanda
gaṅgādāsa paṇḍita, gupta murāri, mukunda

rāḍha-deśe — a área onde não flui o Ganges; janmilā — nasceram; ṭhākura nityānanda — Nityānanda Prabhu; gaṅgādāsa paṇḍita — chamado Gaṅgādāsa Paṇḍita; gupta murāri — chamado Murāri Gupta; mukunda — chamado Mukunda.

Nityānanda Prabhu, Gaṅgādāsa Paṇḍita, Murāri Gupta e Mukunda nasceram em Rāḍhadeśa, a parte da Bengala que o Ganges não banha.

SIGNIFICADO—Aqui, rāḍha-deśe refere-se à vila chamada Ekacakrā, no distrito de Birbhum, próximo a Burdwan. Após a estação férrea de Burdwan, há outro ramal ferroviário, que se chama Linha Loop da via férrea oriental, e há uma estação férrea chamada Mallārapura. A dezesseis quilômetros a oeste dessa estação férrea, encontra-se a vila Ekacakrā. A vila Ekacakrā estende-se para o norte e para o sul numa área de cerca de dezesseis quilômetros. Dentro da área da vila Ekacakrā, há outras vilas, a saber, Vīracandra-pura e Vīrabhadra-pura. Esses locais, Vīracandra-pura e Vīrabhadra-pura, são famosos por causa do sagrado nome de Vīrabhadra Gosvāmī.

No ano bengali de 1331, um raio atingiu o templo de Ekacakrā-grāma. Em consequência disso, o templo agora está em ruínas. Antes disso, não ocorriam quaisquer acidentes semelhantes naquela região. Dentro do templo, há uma Deidade de Śrī Kṛṣṇa, estabelecida por Śrī Nityānanda Prabhu. O nome da Deidade é Baṅkima Rāya, ou Bāṅkā Rāya.

Do lado direito de Baṅkima Rāya, há uma Deidade de Jāhnavā, e, a Seu lado esquerdo, está Śrīmatī Rādhārāṇī. Os sacerdotes do templo narram que o Senhor Nityānanda Prabhu entrou no corpo de Baṅkima Rāya, e que, por isso, mais tarde, colocou-se a Deidade de Jāhnavā-mātā do lado direito de Baṅkima Rāya. Depois disso, muitas outras Deidades foram instaladas no templo. Em outro trono do templo estão as Deidades de Muralīdhara e Rādhā-Mādhava. Em outro trono, encontram-se as Deidades de Manomohana, Vṛndāvana-candra e Gaura-Nitāi. Porém, Baṅkima Rāya é a Deidade originalmente instalada por Nityānanda Prabhu.

No lado oriental do templo, há um ghāṭa conhecido como Kadamba-khaṇḍī, na margem do Yamunā, e conta-se que o Senhor Nityānanda Prabhu encontrou a Deidade de Baṅkima Rāya flutuando na água, resgatou-A e, então, instalou-A no templo. Depois disso, num lugar conhecido como Bhaḍḍāpura, na vila de Vīracandra-pura, a cerca de dois quilômetros a oeste, debaixo de uma árvore nima, encontrou-se Śrīmatī Rādhārāṇī. Por essa razão, a Rādhārāṇī de Baṅkima Rāya ficou conhecida como Bhaḍḍāpurera Ṭhākurāṇī, a soberana de Bhaḍḍāpura. Em outro trono, do lado direito de Baṅkima Rāya, há uma Deidade de Yogamāyā.

Agora, o templo e o corredor do templo têm um alicerce mais alto, e, numa estrutura de concreto em frente ao templo, há uma sala de reuniões. Afirma-se também que, no lado norte do templo, havia uma Deidade do senhor Śiva chamada Bhāṇḍīśvara, e que o pai de Nityānanda Prabhu, Hāḍāi Paṇḍita, costumava adorar aquela Deidade. No entanto, atualmente, a Deidade Bhāṇḍīśvara está perdida, e, em seu lugar, instalou-se uma Deidade de Jagannātha Svāmī. Na realidade, o Senhor Nityānanda Prabhu não construiu templo algum. O templo foi construído na época de Vīrabhadra Prabhu. No ano bengali de 1298 (1891 d.C.), um brahmacārī chamado Śivānanda Svāmī consertou o templo, que estava em condições precárias.

Nesse templo, é costume oferecerem diariamente à Deidade dezessete refeições de arroz e legumes. A atual ordem sacerdotal do templo pertence à família de Gopījana-vallabhānanda, um dos galhos de Nityānanda Prabhu. Há um terreno em nome do templo, e a renda dessa terra financia as despesas do templo. Há três grupos de gosvāmīs sacerdotais que se encarregam da administração do templo, um após o outro. A uns poucos passos adiante do templo, há um local conhecido como Viśrāmatalā, onde, segundo contam, Nityānanda Prabhu, em Sua infância, costumava divertir-Se, brincando de diversos passatempos de Vṛndāvana e do passatempo da rāsa-līlā com Seus amiguinhos.

Próximo ao templo, há um local cujo nome é Āmalītalā, (Imlitala) que tem esse nome por causa de uma grande tamarineira que existe ali. Segundo um grupo chamado a Neḍādi-sampradāya, Vīrabhadra Prabhu, com a ajuda de mil e duzentos neḍās (monges budistas), cavou um grande lago chamado Śvetagaṅgā. Fora do templo, estão as tumbas dos Gosvāmīs, e há um pequeno rio chamado Mauḍeśvara, que é conhecido como a água do Yamunā. Dentro de um quilômetro desse riacho, está o local onde nasceu Śrī Nityānanda Prabhu. Parece que havia um grande salão de encontros em frente ao templo, porém, mais tarde, ficou em ruínas. Agora, está coberto por figueiras-da-bengala. Mais tarde, foi construído um templo no qual existem Deidades de Gaura-Nityānanda. O templo foi construído pelo falecido Prasannakumāra Kārapharmā. Instalou-se uma placa em memória dele no ano bengali de 1323 (1916 d.C.) no mês de Vaiśākha (abril-maio).

O local onde Nityānanda Prabhu apareceu chama-se Garbhavāsa. Há um lote de cerca de quarenta e três bighās de terra com um templo cuja adoração continua até hoje. O mahārāja de Dinājapura doou vinte bighās (cerca de seis acres e meio) desse total de terras. Declara-se que, próximo ao local conhecido como Garbhavāsa, Hāḍāi Paṇḍita dirigiu uma escola primária. Os sacerdotes desse local, enumerados em árvore genealógica, foram os seguintes: (1) Śrī Rāghavacandra, (2) Jagadānanda Dāsa, (3) Kṛṣṇadāsa, (4) Nityānanda Dāsa, (5) Rāmadāsa, (6) Vrajamohana Dāsa, (7) Kānāi Dāsa, (8) Gauradāsa, (9) Śivānanda Dāsa e (10) Haridāsa. Kṛṣṇadāsa pertencia ao Ciḍiyā-kuñja em Vṛndāvana. A data de seu desaparecimento é o Kṛṣṇa-janmāṣṭamī. Ciḍiyā-kuñja é um local agora administrado pelos gosvāmīs de Śṛṅgāra-ghāṭa, em Vṛndāvana. Eles também são conhecidos como pertencentes à família de Nityānanda, mas provavelmente através do relacionamento deles com Kṛṣṇadāsa.

Perto de Garbhavāsa, há um lugar chamado Bakulatalā, onde Śrī Nityānanda Prabhu e Seus amigos costumavam participar de atividades esportivas conhecidas como jhāla-jhapeṭā. Há uma árvore bakula ali que é maravilhosa, pois todos os seus galhos e ramificações assemelham-se a capelos de serpentes. Conta-se que, por vontade de Śrī Nityānanda Prabhu, Anantadeva manifestou-Se daquela maneira. A árvore é muito antiga. Dizem que outrora ela tinha dois galhos, porém, mais tarde, quando os companheiros de folguedos de Nityānanda Prabhu acharam inconveniente pular de um galho para outro, por Sua misericórdia, Nityānanda Prabhu juntou os dois galhos em um.

Outro local vizinho chama-se Hāṅṭugāḍā. Dizem que o Senhor Nityānanda Prabhu trouxe todos os lugares sagrados para lá. Portanto, as pessoas das vilas da redondeza vão ali ao invés de irem ao Ganges tomar banho. O local chama-se Hāṅṭugāḍā porque Śrīla Nityānanda Prabhu costumava executar ali o festival dadhi-ciḍā de distribuição de prasāda de arroz frito com iogurte e tomava prasāda ajoelhado. Um lago sagrado nesse local está sempre cheio d’água durante todo o ano. Promove-se uma grande feira ali durante o Goṣṭhāṣṭamī, e há outra grande feira no aniversário de Śrī Nityānanda Prabhu. No Gaura-gaṇoddeśa-dīpikā, descreve-se que Halāyudha, Baladeva, Viśvarūpa e Saṅkarṣaṇa apareceram como Nityānanda Avadhūta.

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