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VERSO 111

tvaṁ bhakti-yoga-paribhāvita-hṛt-saroja
āsse śrutekṣita-patho nanu nātha puṁsām
yad yad dhiyā ta urugāya vibhāvayanti
tat tad vapuḥ praṇayase sad-anugrahāya

tvam — Vós; bhakti-yoga — pelo serviço devocional; paribhāvita — saturado; hṛt — do coração; saroje — no lótus; āsse — habitais; śruta — ouvido; īkṣita — visto; pathaḥ — cujo caminho; nanu — com certeza; nātha — ó Senhor; puṁsām — pelos devotos; yat yat — tudo o que; dhiyā — pela mente; te — eles; uru-gāya — ó Senhor, que sois glorificado de excelentes maneiras; vibhāvayanti — contemplam; tat tat — esta; vapuḥ — forma; praṇayase — Vós manifestais; sat — a Vossos devotos; anugrahāya — para mostrar favor.

“Ó meu Senhor, sempre habitais na visão e na audição de Vossos devotos puros. Viveis também em seus corações de lótus, purificados pelo serviço devocional. Ó meu Senhor, a quem orações enaltecedoras glorificam, mostrais favor especial a Vossos devotos, manifestando-Vos sob as formas eternas nas quais eles Vos acolhem.”

SIGNIFICADO—Este verso do Śrīmad-Bhāgavatam (3.9.11) é uma oração do senhor Brahmā à Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, invocando Suas bênçãos para o trabalho da criação. Pode-se compreender o conhecimento da Suprema Personalidade de Deus pelas descrições das escrituras védicas. A Brahma-saṁhitā, por exemplo, descreve que, na morada do Senhor Kṛṣṇa, que é feita de cintāmaṇi (pedra filosofal), centenas e milhares de deusas da fortuna servem ao Senhor, que atua como um vaqueirinho. Os māyāvādīs pensam que os devotos imaginam a forma de Kṛṣṇa, mas o fato é que eles encontram nas escrituras védicas autênticas as descrições de Kṛṣṇa e Suas diversas formas transcendentais.

A palavra śruta, em śrutekṣita-pathaḥ, refere-se aos Vedas, e īkṣita indica que a maneira de compreender a Suprema Personalidade de Deus é mediante o estudo adequado das escrituras védicas. Não se pode imaginar algo sobre Deus ou Sua forma. Aqueles que levam a sério o processo de iluminação não aceitam tal imaginação. Aqui, Brahmā diz que é possível conhecer Kṛṣṇa pelo caminho da compreensão apropriada dos textos védicos. Se, estudando a forma, o nome, as qualidades, os passatempos e a parafernália da Divindade Suprema, alguém sentir atração pelo Senhor, poderá praticar o serviço devocional, e a forma do Senhor ficará gravada em seu coração e permanecerá transcendentalmente situada ali. A menos que o devoto realmente desenvolva transcendental amor pelo Senhor, não é possível que sempre pense no Senhor dentro de seu coração. Pensar constantemente no Senhor é a perfeição sublime do processo de yoga, como confirma a Bhagavad-gītā no sexto capítulo, afirmando que qualquer pessoa absorta em tal pensamento é o melhor de todos os yogīs. Tal absorção transcendental é conhecida como samādhi. A pessoa qualificada para ver o Senhor é o devoto puro que sempre pensa na Suprema Personalidade de Deus.

Ninguém pode falar em Urugāya (o Senhor, que é glorificado por orações sublimes), a não ser que se eleve transcendentalmente. Como confirma a Brahma-saṁhitā (advaitam acyutam anādim ananta-rūpam), o Senhor tem inúmeras formas. O Senhor Se expande em formas svāṁśa inumeráveis. Quando o devoto, ouvindo sobre essas inúmeras formas, apega-se a uma delas e sempre pensa nEle, o Senhor aparece para ele sob aquela forma em particular. O Senhor Kṛṣṇa é especialmente agradável aos devotos, em cujos corações Se encontra sempre presente, devido ao elevadíssimo amor transcendental deles.

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