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VERSO 26

priyā yadi māna kari’ karaye bhartsana
veda-stuti haite hare sei mora mana

priyā — a amante; yadi — se; māna kari’ — aborrecendo; karaye — faz; bhartsana — repreendendo; veda-stuti — as orações védicas; haite — de; hare — furta; sei — isso; mora — Minha; mana — mente.

“Se Minha amada consorte Me repreende mal-humorada, isso furta Minha mente dos reverentes hinos dos Vedas.”

SIGNIFICADO—Segundo as Upaniṣads, todas as entidades vivas dependem da entidade viva suprema, a Personalidade de Deus. Como se diz, nityo nityānāṁ cetanaś cetanānām eko bahūnaṁ yo vidadhāti kāmān: uma entidade viva eterna mantém todas as demais entidades vivas eternas. Como a Suprema Personalidade de Deus mantém todas as demais entidades vivas, estas permanecem subordinadas ao Senhor, mesmo quando ligadas a Ele na reciprocidade de aventuras amorosas.

Contudo, no transcurso do intercâmbio de amor transcendental da mais elevada pureza, às vezes o devoto subordinado tenta predominar sobre o predominador. Aquele que se ocupa amorosamente com o Senhor Supremo como se fosse mãe ou pai dEle às vezes suplanta a posição da Suprema Personalidade de Deus. De modo semelhante, a noiva ou amante do Senhor às vezes suplanta Sua posição. Todavia, essas tentativas são manifestações do amor mais elevado. É apenas por amor puro que o amante subordinado da Suprema Personalidade de Deus ralha com Ele. O Senhor, desfrutando dessa repreensão, a considera ótima. A manifestação de amor natural torna essas atividades muito deleitáveis. Na adoração ao Senhor Supremo com veneração, não há manifestação desse amor natural porque o devoto considera o Senhor como seu superior.

Em serviço devocional, os princípios reguladores destinam-se àqueles que não despertaram seu natural amor por Deus. Quando o amor natural desperta, todos os métodos reguladores são ultrapassados, e o amor puro manifesta-se entre o Senhor e o devoto. Embora em tal plataforma de amor o devoto às vezes pareça predominar sobre o Senhor ou transgredir princípios reguladores, tais tratos são muito mais avançados do que os tratos comuns por intermédio de princípios reguladores com respeito e veneração. O devoto que é realmente livre de todas as designações devido ao pleno apego com amor ao Supremo manifesta amor espontâneo por Deus, que é sempre superior à devoção segundo princípios reguladores.

A linguagem informal usada entre o amante e a amada demonstra afeição pura. Quando os devotos adoram seu amado como o objeto mais venerável, observa-se a ausência de sentimentos amorosos espontâneos. O devoto neófito, que segue as instruções védicas reguladoras para aqueles que carecem de amor puro por Deus, pode parecer superficialmente mais elevado do que o devoto que tem amor espontâneo por Deus. Mas, de fato, semelhante amor puro e espontâneo é muito superior ao serviço devocional regulado. Esse amor puro por Deus é sempre glorioso sob todos os aspectos, mais ainda do que o serviço devocional reverencial prestado por um devoto menos afetuoso.

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