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VERSO 78

ei grantha lekhāya more ‘madana-mohana’
āmāra likhana yena śukera paṭhana

ei — esta; grantha — grande literatura; lekhāya — faz-me escrever; more — a mim; madana-mohana — a Deidade; āmāra — minha; likhana — escrita; yena — como; śukera — do papagaio; paṭhana — respondendo.

Na verdade, não sou eu que escrevo o Śrī Caitanya-caritāmṛta, senão que ele é ditado por Śrī Madana-mohana. Minha escrita é como a repetição de um papagaio.

SIGNIFICADO—Esta deve ser a atitude de todos os devotos. Quando a Suprema Personalidade de Deus reconhece um devoto, dá-lhe inteligência e mostra-lhe como ele pode voltar ao lar, voltar ao Supremo. Confirma-se isso na Śrīmad Bhagavad-gītā (10.10):

teṣāṁ satata-yuktānāṁ
bhajatāṁ prīti-pūrvakam
dadāmi buddhi-yogaṁ taṁ
yena mām upayānti te

“Àqueles que se dedicam constantemente a Me servir com amor, dou-lhes a compreensão pela qual podem vir a Mim.” A oportunidade de ocupar-se no transcendental serviço amoroso ao Senhor está aberta para todos, pois toda entidade viva é, por constituição, serva do Senhor. Ocupar-se a serviço do Senhor é a função natural da entidade viva, mas, como a influência de māyā, a energia material, a encobre, ela pensa que tem diante de si uma tarefa muito difícil. Porém, caso ela se coloque sob a orientação de um mestre espiritual e faça tudo com sinceridade, logo o Senhor, que Se encontra no coração de todos, mostra-lhe como servi-lO (dadāmi buddhi-yogaṁ tam). O Senhor dá essa orientação, e assim a vida do devoto aperfeiçoa-se. Tudo que um devoto puro faz, ele o faz segundo a orientação do Senhor Supremo. Assim, o autor do Caitanya-caritāmṛta confirma que escreveu esta obra sob a orientação da Deidade Śrī Madana-mohana.

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