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VERSOS 13-15

paramānanda purī, āra keśava bhāratī
brahmānanda purī, āra brahmānanda bhāratī

viṣṇu-purī, keśava-purī, purī kṛṣṇānanda
śrī-nṛsiṁhatīrtha, āra purī sukhānanda

ei nava mūla nikasila vṛkṣa-mūle
ei nava mūle vṛkṣa karila niścale

paramānanda purī — chamado Paramānanda Purī; āra — e; keśava bhāratī — chamado Keśava Bhāratī; brahmānanda purī — chamado Brahmānanda Purī; āra — e; brahmānanda bhāratī — chamado Brahmānanda Bhāratī; viṣṇu-purī — chamado Viṣṇu Purī; keśava-purī — chamado Keśava Purī; purī kṛṣṇānanda — chamado Kṛṣṇānanda Purī; śrī-nṛsiṁha-tīrtha — chamado Śrī Nṛsiṁha-tīrtha; āra — e; purī sukhānanda — chamado Sukhānanda Purī; ei nava — destas nove; mūla — raízes; nikasila — frutificaram; vṛkṣa-mūle — no tronco da árvore; ei nava mūle — nestas nove raízes; vṛkṣa — a árvore; karila niścale — ficou muito firme.

Paramānanda Purī, Keśava Bhāratī, Brahmānanda Purī e Brahmānanda Bhāratī, Śrī Viṣṇu Purī, Keśava Purī, Kṛṣṇānanda Purī, Śrī Nṛsiṁha Tīrtha e Sukhānanda Purī – todas essas nove raízes de sannyāsīs brotaram do tronco da árvore. Assim, a árvore ergueu-se firmemente reforçada por essas nove raízes.

SIGNIFICADO—Paramānanda Purī: Paramānanda Purī pertencia a uma família de brāhmaṇas do distrito de Trihut, em Uttara Pradesh. Mādhavendra Purī foi seu mestre espiritual. Por causa de seu relacionamento com Mādhavendra Purī, Paramānanda Purī era muito querido a Śrī Caitanya Mahāprabhu. No Caitanya-bhāgavata, Antya-līlā, capítulo onze, encontra-se a seguinte afirmação:

sannyāsīra madhye īśvarera priya-pātra
āra nāhi eka purī gosāñi se mātra

dāmodara-svarūpa paramānanda-purī
sannyāsi-pārṣade ei dui adhikārī

niravadhi nikaṭe thākena dui jana
prabhura sannyāse kare daṇḍera grahaṇa

purī dhyāna-para dāmodarera kīrtana
yata-prīti īśvarera purī-gosāñire

dāmodara-svarūpereo tata prīti kare

“Entre seus discípulos sannyāsīs, Īśvara Purī e Paramānanda Purī eram muito queridos a Mādhavendra Purī. Assim, Paramānanda Purī, como Svarūpa Dāmodara, que também era sannyāsī, era muito querido a Śrī Caitanya Mahāprabhu e era Seu companheiro constante. Quando o Senhor Caitanya aceitou a ordem renunciada, Paramānanda Purī ofereceu-Lhe o daṇḍa. Paramānanda Purī sempre se dedicava à meditação, e Śrī Svarūpa sempre se dedicava a cantar o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa. Assim como Śrī Caitanya Mahāprabhu prestava plenos respeitos a Īśvara Purī, Seu mestre espiritual, do mesmo modo, Ele reverenciava Paramānanda Purī e Svarūpa Dāmodara.” No Caitanya-bhāgavata, Antya-līlā, capítulo três, descreve-se que, ao ver Paramānanda Purī pela primeira vez, Śrī Caitanya Mahāprabhu fez a seguinte afirmação:

āji dhanya locana, saphala āji janma
saphala āmāra āji haila sarva-dharma

prabhu bale āji mora saphala sannyāsa
āji mādhavendra more ha-ilā prakāśa

“Meus olhos, Minha mente, Minhas atividades religiosas e Minha aceitação da ordem de sannyāsa agora aperfeiçoaram-se, porque hoje Mādhavendra Purī manifestou-se perante Mim sob a forma de Paramānanda Purī.” O Caitanya-bhāgavata afirma ainda:

kathokṣaṇe anyo ’nye karena praṇāma
paramānanda-purī caitanyera priya-dhāma

“Assim, Śrī Caitanya Mahāprabhu trocou reverências respeitosas com Paramānanda Purī, que Lhe era muito querido.” Paramānanda Purī estabeleceu um pequeno monastério a oeste do templo de Jagannātha, onde mandou escavarem um poço para suprimento de água. Contudo, a água era amarga. Śrī Caitanya Mahāprabhu orou, então, ao Senhor Jagannātha para que permitisse que a água do Ganges penetrasse no poço para transformá-lo em poço de água doce. Quando o Senhor Jagannātha concedeu o pedido, o Senhor Caitanya disse a todos os devotos que, daquele dia em diante, dever-se-ia considerar a água do poço de Paramānanda Purī como a água do Ganges, pois qualquer devoto que a bebesse ou se banhasse nela decerto obteria o mesmo benefício de beber ou banhar-se nas águas do Ganges. Tal pessoa com certeza desenvolveria amor puro por Deus. Encontramos a seguinte afirmação no Caitanya-bhāgavata:

prabhu bale āmi ye āchiye pṛthivīte
niścaya-i jāniha purī-gosāñira prīte

“Śrī Caitanya Mahāprabhu costumava dizer: ‘Estou vivendo neste mundo somente devido ao comportamento excelente de Śrī Paramānanda Purī.’” O Gaura-gaṇoddeśa-dīpikā, verso 118, afirma que purī śrī-paramānando ya āsīd uddhavaḥ purā: “Paramānanda Purī não é nenhum outro senão Uddhava.” Uddhava era amigo e tio do Senhor Kṛṣṇa, e, na Caitanya-līlā, o mesmo Uddhava tornou-se amigo de Śrī Caitanya Mahāprabhu e tio dEle em função do relacionamento deles na sucessão discipular.

Keśava Bhāratī: As sampradāyas Sarasvatī, Bhāratī e Purī pertencem a Śṛṅgerī-maṭha do sul da Índia, e Śrī Keśava Bhāratī, que naquela época morava num monastério em Katwa, pertencia à Bhāratī-sampradāya. Segundo algumas opiniões autorizadas, embora Keśava Bhāratī pertencesse à Śaṅkara-sampradāya, anteriormente ele tinha sido iniciado por um vaiṣṇava. Ele é tido como um vaiṣṇava por ter sido iniciado por Mādhavendra Purī, pois alguns dizem que ele aceitou sannyāsa de Mādhavendra Purī. O templo e a adoração à Deidade iniciados por Keśava Bhāratī ainda existem na vila conhecida como Khāṭundi, que está sob a jurisdição postal de Kāndarā, no distrito de Burdwan. Segundo os dirigentes daquela maṭha, os sacerdotes daí são descendentes de Keśava Bhāratī, e alguns dizem que os adoradores da Deidade são descendentes dos filhos de Keśava Bhāratī. Como chefe de família, ele teve dois filhos, Niśāpati e Ūṣāpati, e um brāhmaṇa chamado Śrī Nakaḍicandra Vidyāratna, que era membro da família de Niśāpati, era o sacerdote encarregado na época em que Śrī Bhaktisiddhānta Sarasvatī visitou esse templo. Segundo alguns, os sacerdotes do templo pertencem à família do irmão de Keśava Bhāratī. Ainda outros opinam que eles são descendentes de Mādhava Bhāratī, outro discípulo de Keśava Bhāratī. O discípulo de Mādhava Bhāratī chamado Balabhadra, que também mais tarde tornou-se sannyāsī da Bhāratī-sampradāya, teve dois filhos em sua vida familiar, chamados Madana e Gopāla. Madana, cujo sobrenome de família era Bhāratī, viveu na vila de Āuriyā, e Gopāla, cujo sobrenome de família era Brahmacārī, viveu na vila de Denduḍa. Ainda há muitos descendentes vivos de ambas as famílias.

No Gaura-gaṇoddeśa-dīpikā (52), se afirma:

mathurāyāṁ yajña-sūtraṁpurā kṛṣṇāya yo muniḥ
dadau sāndīpaniḥ so ’bhūd
adya keśava-bhāratī

“Sāndīpani Muni, que outrora oferecera o cordão sagrado a Kṛṣṇa e Balarāma, mais tarde tornou-se Keśava Bhāratī.” Foi ele que ofereceu sannyāsa a Śrī Caitanya Mahāprabhu. Outra afirmação do Gaura-gaṇoddeśa-dīpikā (117) diz que iti kecit prabhāṣante ’krūraḥ keśava-bhāratī: “Segundo algumas opiniões autorizadas, Keśava Bhāratī é uma encarnação de Akrūra.” Keśava Bhāratī ofereceu a ordem de sannyāsa a Śrī Caitanya Mahāprabhu no ano de 1432 śakābda (1510 d.C.), em Katwa. Afirma-se isso no Vaiṣṇava-mañjuṣā, segunda parte.

Brahmānanda Purī: Śrī Brahmānanda Purī foi um dos associados de Śrī Caitanya Mahāprabhu enquanto Este executava kīrtana em Navadvīpa, e ele também juntou-se ao Senhor Caitanya em Jagannātha Purī. Observemos a esse respeito que o nome Brahmānanda é aceito, não apenas por sannyāsīs māyāvādīs, como também por sannyāsīs vaiṣṇavas. Um de nossos irmãos espirituais tolos criticou nosso sannyāsī Brahmānanda Svāmī, dizendo que este era um nome māyāvādī. O tolo não sabia que Brahmānanda nem sempre se refere ao aspecto impessoal. Parabrahman, o Brahman Supremo, é Kṛṣṇa. Portanto, um devoto de Kṛṣṇa também pode ser chamado de Brahmānanda; isto fica evidente pelo fato de Brahmānanda Purī ser um dos principais associados sannyāsīs do Senhor Caitanya Mahāprabhu.

Brahmānanda Bhāratī. Brahmānanda Bhāratī foi visitar Śrī Kṛṣṇa Caitanya Mahāprabhu em Jagannātha-dhāma. Naquela época, ele costumava usar apenas uma pele de veado para cobrir-se, e Śrī Caitanya Mahāprabhu indiretamente deu a entender que não gostava dessa cobertura de pele de veado. Por isso, Brahmānanda Bhāratī abandonou-a e passou a usar uma tanga de cor açafroada como a usada por sannyāsīs vaiṣṇavas. Por algum tempo, ele viveu com Śrī Caitanya Mahāprabhu em Jagannātha Purī.

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