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VERSO 137

svataḥ-pramāṇa veda satya yei kaya
‘lakṣaṇā’ karile svataḥ-prāmāṇya-hāni haya

svataḥ-pramāṇa — evidência em si mesma; veda — literatura védica; satya — verdade; yei — tudo o que; kaya — diz; lakṣaṇā — interpretação; karile — fazendo; svataḥ-prāmāṇya — prova evidente por si mesma; hāni — perdida; haya — fica.

“As afirmações védicas são evidentes por si mesmas. Devemos aceitar tudo o que nelas se afirma. Caso as interpretemos de acordo com nossa própria imaginação, a autoridade dos Vedas se perde de imediato.”

SIGNIFICADO—Das quatro principais classes de evidências – a percepção direta, a hipótese, a referência histórica e a evidência védica –, aceita-se a evidência védica como a principal. Caso queiramos interpretar a versão védica, devemos imaginar uma interpretação de acordo com o que desejamos fazer. Antes de mais nada, apresentamos tal interpretação como uma sugestão ou hipótese. Sendo assim, ela, na realidade, não é verdadeira, e a prova autoevidente se perde.

Śrīla Madhvācārya, ao comentar o aforismo dṛśyate tu (Vedānta-sūtra 2.1.6), cita o Bhaviṣya Purāṇa como segue:

ṛg-yajuḥ-sāmātharvāś cabhārataṁ pañcarātrakam
mūla-rāmāyaṇaṁ caiva
veda ity eva śabditāḥ

purāṇāni ca yānīhavaiṣṇavāni vido viduḥ
svataḥ-prāmāṇyam eteṣāṁ
nātra kiñcid vicāryate

O Ṛg Veda, o Yajur Veda, o Sāma Veda, o Atharva Veda, o Mahābhārata, o Pañcarātra e o Rāmāyaṇa original são todos considerados literatura védica. Os Purāṇas (tais como o Brahma-vaivarta Purāṇa, o Nāradīya Purāṇa, o Viṣṇu Purāṇa e o Bhāgavata Purāṇa) destinam-se em especial aos vaiṣṇavas, sendo, também, literatura védica. De tal modo, tudo o que se afirma nos Purāṇas, no Mahābhārata e no Rāmāyaṇa é evidente por si mesmo. Não há necessidade de interpretação. A Bhagavad-gītā também está incluída no Mahābhārata, motivo pelo qual todas as afirmações da Bhagavad-gītā são evidentes por si mesmas. Não há necessidade de interpretação, e, se interpretamos, toda a autoridade da literatura védica se perde.

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