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VERSOS 67-68

tataḥ kāmaiḥ pūryamāṇaḥ
sa-vrajaḥ saha-bāndhavaḥ
parārdhyābharaṇa-kṣauma-
nānānarghya-paricchadaiḥ

vasudevograsenābhyāṁ
kṛṣṇoddhava-balādibhiḥ
dattam ādāya pāribarhaṁ
yāpito yadubhir yayau

tataḥ — então; kāmaiḥ — com objetos desejáveis; pūryamāṇaḥ — saciado; sa-vrajaḥ — com o povo de Vraja; saha-bāndhavaḥ — com os membros de sua família; para — muito; ardhya — valiosos; ābharaṇa — com ornamentos; kṣauma — linho fino; nānā — vários; anarghya — de valor inestimável; paricchadaiḥ — e apetrechos domésticos; vasudeva­ugrasenābhyām — por Vasudeva e Ugrasena; kṛṣṇa-uddhava-bala­-ādibhiḥ — e por Kṛṣṇa, Uddhava, Balarāma e outros; dattam — dados; ādāya — tomando; pāribarham — os presentes; yāpitaḥ — acompanha­dos; yadubhiḥ — pelos Yadus; yayau — partiu.

Então, depois que Vasudeva, Ugrasena, Kṛṣṇa, Uddhava, Balarāma e outros tinham satisfeito os desejos dele e o tinham presen­teado com ornamentos preciosos, linho fino e grande sortimento de apetrechos domésticos de valor inestimável, Nanda Mahārāja aceitou todos esses presentes e se despediu. Na presença de todos os Yadus, ele partiu com os membros de sua família e os residen­tes de Vraja.

SIGNIFICADO—De acordo com Śrīla Viśvanātha Cakravartī, no final dos três meses, Mahārāja Nanda aproximou-se de Kṛṣṇa e Lhe disse: “Meu querido filho, por uma gota de suor de Teu divino rosto, estou pronto para abandonar incontáveis vidas. Partamos agora para Vraja; não posso ficar mais aqui.” Em seguida, foi ter com Vasudeva e lhe disse: “Meu caro amigo, por favor, manda Kṛṣṇa para Vraja”, e ao rei Ugrasena pediu: “Por favor, ordena a meu amigo que faça isso. Se recusares, terei de me afogar aqui no lago do Senhor Paraśurāma. Eu te mostrarei na prática se não crês em mim! Nós de Vraja viemos a este lugar sagrado não para ganhar algum crédito piedoso por ocasião do eclipse solar, mas para levar Kṛṣṇa de volta ou morrer.” Ouvindo essas palavras desesperadas de Nanda, Vasudeva e os outros tentaram acalmá-lo com valiosos presentes.

Muito versado na arte da diplomacia, Vasudeva consultou seus conselheiros de maior confiança e, então, satisfez Śrī Nanda dizendo-lhe: “Meu caríssimo amigo, ó rei de Vraja, é sem dúvida verdadeiro que nenhum de vós pode viver sem Kṛṣṇa. E como podemos permitir que vos mateis? Portanto, de qualquer maneira, vou enviar Kṛṣṇa de volta para Vraja. Farei isso logo depois de acompanhá-lO e a Seus paren­tes e amigos – entre eles muitas mulheres desamparadas – de volta a Dvārakā. Então, bem no dia seguinte, sem tentar impedi-lO de nenhum modo, eu O deixarei partir para Vraja em um momento auspicio­so do dia. Isso eu te juro mil vezes. Afinal, como podemos nós que viemos aqui com Kṛṣṇa voltar para casa sem Ele? O que as pessoas dirão de nós? És um grande erudito em todos os assuntos, então, por favor, perdoa-me por fazer-te este pedido.”

Em seguida, Ugrasena disse a Nanda Mahārāja: “Meu querido senhor de Vraja, sou testemunha do que Vasudeva disse e faço esta promessa solene: Mandarei Kṛṣṇa de volta para Vraja mesmo que tenha de fazer isso à força.”

Então, o Senhor Kṛṣṇa, acompanhado de Uddhava e Balarāma, falou com Nanda em particular. Ele disse: “Querido pai, se Eu for diretamente para Vraja hoje, deixando todos estes Vṛṣṇis de lado, eles mor­rerão de saudade de Mim. Então, muitos milhares de inimigos mais poderosos até do que Keśī e Ariṣṭa virão aniquilar todos estes reis.”

“Como sou onisciente, sei o que vai Me acontecer inevitavelmen­te. Ouve e Eu vos descreverei tudo. Após regressar a Dvārakā, rece­berei um convite de Yudhiṣṭhira e irei a Indraprastha participar de seu sacrifício Rājasūya. Ali, matarei Śiśupāla e, depois, voltarei mais uma vez para Dvārakā e matarei Śālva. Em seguida, viajarei para um lugar logo ao sul de Mathurā para salvar-vos matando Dantavakra. Então, voltarei para Vraja, verei todos os Meus velhos amigos e sentarei de novo em vosso colo com grande prazer. De fato, com grande felicidade, passarei o resto de Minha vida convosco. Deus escreveu este desti­no em Minha testa, e está escrito em vossa testa que até o dia de Meu retorno deveis tolerar a separação de Mim. Nem o Meu nem os vossos destinos podem ser mudados, então, por favor, encontrai a co­ragem de deixar-Me aqui por ora e ide para vossa casa em Vraja.”

“E se, enquanto isso, vós, Meus queridos pais, e vós, Meus que­ridos amigos, ficardes aflitos com o inevitável destino escrito em nossa fronte, então sempre que Me quiserdes dar a comer alguma iguaria ou jogar coMigo ou apenas ver-Me, basta fechardes os olhos que Eu aparecerei diante de vós para transformar vosso tormento em flores do céu e satisfazer todos os vossos desejos. Eu vos prometo isso, e os jovens amigos cujas vidas salvei em um incêndio na floresta podem confirmar Minhas palavras.”

Convencido por todos esses argumentos de que a felicidade de seu filho era da maior importância, Nanda aceitou os presentes ofereci­dos e se despediu, acompanhado pelo grande exército dos Yadus.

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