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VERSO 27

parīto vatsapair vatsāṁś
cārayan vyaharad vibhuḥ
yamunopavane kūjad-
dvija-saṅkulitāṅghripe

parītaḥ — rodeado por; vatsapaiḥ — vaqueirinhos; vatsān — bezerros; cārayan — apascentando, ordenhando; vyaharat — desfrutado durante a viagem; vibhuḥ — o Onipotente; yamunā — o rio Yamunā; upavane — jardins pela margem; kūjat — vibrados pela voz; dvija — os pássaros duas vezes nascidos; saṅkulita — densamente situados; aṅghripe — nas árvores.

Em Sua infância, o Senhor Todo-poderoso andava rodeado por vaqueirinhos e bezerros, e assim Ele viajava pela margem do rio Yamunā, através de jardins densamente cobertos de árvores e cheios de vibrações de pássaros chilreantes.

SIGNIFICADO—Nanda Mahārāja era um proprietário de terras subordinado ao rei Κaṁsa, mas ele era vaiśya por casta, um membro da comunidade mercantil e agrícola, ele mantinha milhares de vacas. É dever dos vaiśyas dar proteção às vacas, assim como os kṣatriyas têm o dever de dar proteção aos seres humanos. Porque o Senhor era uma criança, Ele foi incumbido de cuidar dos bezerros com Seus amigos vaqueirinhos. Esses vaqueirinhos foram grandes ṛṣis e yogīs em seus nascimentos anteriores, e, após muitos de tais nascimentos piedosos, obtiveram a companhia do Senhor e puderam brincar com Ele em termos de igualdade. Esses vaqueirinhos nunca se importavam em saber quem era Kṛṣṇa, senão que brincavam com Ele como amigos muito íntimos e amorosos. Eles gostavam tanto do Senhor que, à noite, só pensavam na manhã seguinte, quando seriam capazes de se encontrar com o Senhor e irem juntos às florestas para apascentar os bezerros.

As florestas na margem do Yamunā são lugares férteis e belos, cheios de mangueiras, jaqueiras, macieiras, goiabeiras, laranjeiras, parreiras, amoreiras, palmeiras e tantas outras plantas e flores fragrantes. E como a floresta estava às margens do Yamunā, naturalmente havia patos, grous e pavões nos galhos das árvores. Todas essas árvores e pássaros e bestas eram entidades vivas piedosas nascidas na morada transcendental de Vṛndāvana só para dar prazer ao Senhor e Seus companheiros eternos, os vaqueirinhos.

Enquanto brincava como uma criancinha com Seus companheiros, o Senhor matou muitos demônios, incluindo Aghāsura, Bakāsura, Pralambāsura e Gardabhāsura. Embora tivesse aparecido em Vṛndāvana como um simples menino, Ele, na verdade, era como as chamas cobertas de um fogo. Assim como uma pequena partícula de fogo pode acender uma grande fogueira com combustível, o Senhor matou todos esses grandes demônios, a começar de Sua meninice na casa de Nanda Mahārāja. A terra de Vṛndāvana, o parque de diversões infantis do Senhor, existe até hoje, e qualquer um que visite esses locais desfruta da mesma bem-aventurança transcendental, embora o Senhor não seja fisicamente visível aos nossos olhos imperfeitos. O Senhor Caitanya instruiu que esta terra do Senhor é idêntica ao Senhor e, portanto, é digna de ser adorada pelos devotos. Essa instrução é aceita especialmente pelos seguidores do Senhor Caitanya conhecidos como vaiṣṇavas gauḍīyas. E como a terra é idêntica ao Senhor, devotos como Uddhava e Vidura visitavam esses locais há cinco mil anos a fim de ter contato direto com o Senhor, visível ou invisível. Milhares de devotos do Senhor ainda perambulam por esses locais sagrados de Vṛndāvana, e todos eles estão se preparando para voltar ao lar, voltar ao Supremo.

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