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VERSO 43

ta ātma-sargaṁ taṁ kāyaṁ
pitaraḥ pratipedire
sādhyebhyaś ca pitṛbhyaś ca
kavayo yad vitanvate

te — eles; ātma-sargam — fonte de sua existência; tam — aquele; kāyam — corpo; pitaraḥ — os Pitās; pratipedire — aceitaram; sādhyebhyaḥ — aos Sādhyas; ca — e; pitṛbhyaḥ — aos Pitās; ca — também; kavayaḥ — aqueles bem versados nos rituais; yat — através dos quais; vitanvate — oferecem oblações.

Os próprios Pitās tomaram posse do corpo invisível, a fonte de sua existência. É por intermédio desse corpo invisível que aqueles bem versados nos rituais oferecem oblações aos Sādhyas e Pitās [na forma de seus ancestrais falecidos] na ocasião de śrāddha.

SIGNIFICADO—Śrāddha é uma cerimônia ritualística observada pelos seguidores dos Vedas. Há uma ocasião anual de quinze dias em que os ritualistas religiosos seguem o princípio de oferecer oblações às almas falecidas. Assim, aqueles pais e ancestrais que, por capricho da natureza, talvez não tenham um corpo grosseiro para o desfrute material podem novamente ganhar tais corpos devido ao oferecimento de oblações śrāddha por parte de seus descendentes. A realização de śrāddha, ou oferecimento de oblações com prasāda, ainda é corrente na Índia, especialmente em Gayā, onde se oferecem oblações aos pés de lótus de Viṣṇu num templo famoso. Como o Senhor fica desse modo satisfeito com o serviço devocional dos descendentes, por Sua graça Ele liberta as almas condenadas de antepassados que não têm corpos grosseiros e os favorece, novamente concedendo-lhes um corpo grosseiro para o desenvolvimento do avanço espiritual.

Infelizmente, pela influência de māyā, a alma condicionada emprega o corpo que obtém para o gozo dos sentidos, esquecendo-se de que tal ocupação poderá levá-la a retornar a um corpo invisível. O devoto do Senhor, ou aquele que é consciente de Kṛṣṇa, contudo, não precisa realizar cerimônias ritualísticas tais como śrāddha porque está sempre satisfazendo o Senhor Supremo. Portanto, seus pais e ancestrais, que talvez estejam em dificuldade, são automaticamente aliviados. Exemplo vívido disso é Prahlāda Mahārāja. Prahlāda Mahārāja pediu ao Senhor Nṛsiṁhadeva que salvasse seu pai pecaminoso, que tantas vezes ofendera os pés de lótus do Senhor. O Senhor respondeu que, numa família onde nasce um vaiṣṇava como Prahlāda, não somente seu pai, mas também o pai de seu pai e seus pais – remontando ao décimo quarto pai – são todos automaticamente liberados. A conclusão, portanto, é que a consciência de Kṛṣṇa é o somatório de todo o bom trabalho para a família, para a sociedade e para todas as entidades vivas. No Caitanya-caritāmṛta, o autor diz que uma pessoa plenamente versada na consciência de Kṛṣṇa não executa ritual algum por saber que, simplesmente servindo a Kṛṣṇa em plena consciência de Kṛṣṇa, todos os rituais são automaticamente executados.

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