VERSO 5
tayoḥ saṁvadatoḥ sūta
pravṛttā hy amalāḥ kathāḥ
āpo gāṅgā ivāgha-ghnīr
hareḥ pādāmbujāśrayāḥ
tayoḥ — enquanto os dois (Maitreya e Vidura); saṁvadatoḥ — conversavam; sūta — ó Sūta; pravṛttāḥ — surgiu; hi — certamente; amalāḥ — imaculados; kathāḥ — narrações; āpaḥ — águas; gāṅgāḥ — do rio Ganges; iva — como; agha-ghnīḥ — eliminando todos os pecados; hareḥ — do Senhor; pāda-ambuja — os pés de lótus; āśrayāḥ — refugiando-se.
Śaunaka indagou acerca da conversa entre Vidura e Maitreya: Deve ter havido muitas narrações dos passatempos imaculados do Senhor. A audição de tais narrações é exatamente como banhar-se na água do Ganges, uma vez que pode livrar-nos de todas as reações pecaminosas.
SIGNIFICADO—A água do Ganges é purificada porque nasce dos pés de lótus do Senhor. Similarmente, a Bhagavad-gītā é como a água do Ganges porque é proferida pela boca do Senhor Supremo. O mesmo acontece com qualquer tópico sobre os passatempos do Senhor ou as características de Suas atividades transcendentais. O Senhor é absoluto: não há diferença entre Suas palavras, Sua respiração ou Seus passatempos. A água do Ganges, os relatos de Seus passatempos e as palavras faladas por Ele estão todos na plataforma absoluta, e, assim, refugiar-se em qualquer um deles é igualmente bom. Śrīla Rūpa Gosvāmī enuncia que qualquer coisa em relação com Kṛṣṇa está na plataforma transcendental. Se pudermos relacionar todas as nossas atividades com Kṛṣṇa, não estaremos na plataforma material, mas sempre na plataforma espiritual.