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VERSO 56

athāpi pṛcche tvāṁ vīra
yad-arthaṁ tvam ihāgataḥ
tad vayaṁ nirvyalīkena
pratipadyāmahe hṛdā

atha api — apesar de tudo isso; pṛcche — eu pergunto; tvām — a ti; vīra — ó rei valente; yat-artham — o propósito; tvam — tu; iha — aqui; āgataḥ — vieste; tat — este; vayam — nós; nirvyalīkena — sem reservas; pratipadyāmahe — cumpriremos; hṛdā — com o coração e a alma.

Apesar de tudo isso, ó rei valente, peço que me reveles com que propósito vieste aqui. O que quer que seja, nós o cumpriremos sem reservas.

SIGNIFICADO—Quando um visitante vai à casa de um amigo, subentende-se que o faz com algum propósito especial. Kardama Muni pôde entender que um rei tão grandioso como Svāyambhuva, embora viajando para inspecionar as condições de seu reino, devia ter algum propósito especial ao vir a seu eremitério. Assim, ele se preparou para satisfazer o desejo do rei. Antigamente, era habitual os sábios visitarem os reis e os reis visitarem os sábios em seus eremitérios. Cada um tinha prazer em atender os pedidos do outro. Essa relação recíproca se chama bhakti-kārya. Há um excelente verso que descreve a relação de benéfico interesse mútuo entre o brāhmaṇa e o kṣatriya (kṣatraṁ dvijatvam). Kṣatram significa “a ordem real”, e dvijatvam significa “a ordem bramânica”. As duas destinavam-se ao interesse mútuo. A ordem real protegia os brāhmaṇas para o cultivo de avanço espiritual na sociedade, e os brāhmaṇas davam suas valiosas instruções à ordem real, sobre como o estado e os cidadãos podem ser gradualmente elevados em perfeição espiritual.

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do terceiro canto, vigésimo primeiro capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “Conversa entre Manu e Kardama”.

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