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VERSO 43

prekṣayitvā bhuvo golaṁ
patnyai yāvān sva-saṁsthayā
bahv-āścaryaṁ mahā-yogī
svāśramāya nyavartata

prekṣayitvā — após mostrar; bhuvaḥ — do universo; golam — o globo; patnyai — a sua esposa; yāvān — como também; sva-saṁsthayā — com seus arranjos; bahu-āścaryam — cheio de muitas maravilhas; mahā-yogī — o grande yogī (Kardama); sva-āśramāya — a seu próprio eremitério; nyavartata — regressou.

Após mostrar à sua esposa o globo do universo e seus diferentes arranjos, cheios de muitas maravilhas, o grande yogī Kardama Muni regressou a seu próprio eremitério.

SIGNIFICADO—Todos os planetas são aqui descritos como gola, redondos. Todo planeta é redondo, e cada planeta é um abrigo diferente, assim como ilhas no grande oceano. Às vezes, os planetas são chamados de dvīpa, ou varṣa. Este planeta Terra é chamado de Bhārata-varṣa porque foi governado pelo rei Bharata. Outra palavra significativa usada neste verso é bahv-āścaryam, “muitas coisas maravilhosas”. Isto indica que os diferentes planetas são distribuídos por todo o universo nas oito direções, sendo que cada um deles tem suas maravilhas. Cada planeta tem suas influências climáticas particulares e tipos específicos de habitantes, e está completamente equipado com tudo, incluindo a beleza das estações. Na Brahma-saṁhitā (5.40), afirma-se a este respeito que vibhūti-bhinnam: em cada planeta, há diferentes opulências. Não se pode esperar que um planeta seja exatamente como outro. Pela graça de Deus, pela lei da natureza, cada planeta é feito de forma diferente, com diferentes aspectos maravilhosos. Kardama Muni experimentou pessoalmente todas essas maravilhas enquanto viajava com sua esposa, mas, mesmo assim, pôde regressar novamente a seu humilde eremitério. Ele mostrou à sua esposa princesa que, embora vivesse no eremitério, tinha o poder de ir a toda parte e fazer qualquer coisa através do yoga místico. Essa é a perfeição do yoga. Não é possível tornar-se um yogī perfeito simplesmente demonstrando algumas posturas sentadas, tampouco alguém pode tornar-se Deus através dessas posturas ou da dita meditação, como apregoam hoje em dia. Os tolos deixam-se levar a acreditar que, mediante uma mera caricatura de meditação e posturas sentadas, é possível tornar-se Deus dentro de seis meses.

Eis aqui o exemplo de um yogī perfeito: ele podia viajar por todo o universo. De forma semelhante, encontramos a descrição de Durvāsā Muni, que também viajava pelo espaço. Na realidade, o yogī perfeito pode fazer isso. Porém, mesmo que alguém possa viajar por todo o universo e exibir façanhas maravilhosas, como Kardama Muni, ele não pode comparar-se à Suprema Personalidade de Deus, cujo poder e energia inconcebível não poderão jamais ser obtidos por nenhuma alma condicionada ou liberta. Pelas ações de Kardama Muni, podemos entender que, apesar de seu imenso poder místico, ele permanecia um devoto do Senhor. Essa é a verdadeira posição de todas as entidades vivas.

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