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VERSO 7

tad asya saṁsṛtir bandhaḥ
pāra-tantryaṁ ca tat-kṛtam
bhavaty akartur īśasya
sākṣiṇo nirvṛtātmanaḥ

tat — a partir da falsa concepção; asya — da alma condicionada; saṁsṛtiḥ — vida condicionada; bandhaḥ — cativeiro; pāra-tantryam — dependência; ca — e; tat-kṛtam — feita por isto; bhavati — é; akartuḥ — do que não faz; īśasya — independente; sākṣiṇaḥ — a testemunha; nirvṛta-ātmanaḥ — alegre por natureza.

A consciência material é a causa da vida condicionada, na qual há condições impostas à entidade viva pela energia material. Embora a alma espiritual não faça nada e seja transcendental a essas atividades, ela é, desse modo, afetada pela vida condicionada.

SIGNIFICADO—O filósofo māyāvādī, que não faz diferença entre o Espírito Supremo e o espírito individual, afirma que a existência condicionada da entidade viva é sua līlā, ou passatempo. Mas a palavra “passatempo” quer dizer ocupar-se em atividades do Senhor. Os māyāvādīs fazem mau uso da palavra, dizendo que mesmo que a entidade viva se tornasse um porco, comedor de excremento, ela também estaria desfrutando de seus passatempos. Essa é uma interpretação muito perigosa. Na verdade, o Senhor Supremo é o líder e mantenedor de todas as entidades vivas. Seus passatempos são transcendentais a qualquer atividade material. Esses passatempos do Senhor não podem ser rebaixados ao nível das atividades condicionadas das entidades vivas. Na vida condicionada, a entidade viva realmente permanece como se estivesse cativa nas mãos da energia material. Tudo o que a energia material ordena, a alma condicionada faz. Ela não é responsável – é uma mera testemunha da ação, mas é forçada a agir dessa maneira devido à sua ofensa em seu relacionamento eterno com Kṛṣṇa. O Senhor Kṛṣṇa, portanto, diz na Bhagavad-gītā que māyā, Sua energia material, é tão opressora que é insuperável. Porém, se a entidade viva simplesmente entender que sua posição constitucional é servir a Kṛṣṇa e tentar agir baseando-se nesse princípio, então, por mais condicionada que for, a influência de māyā imediatamente desaparecerá. Isso se afirma claramente na Bhagavad-gītā, sétimo capítulo: Kṛṣṇa Se encarrega de qualquer pessoa que se renda a Ele no desamparo, e, dessa maneira, a influência de māyā, ou vida condicional, é eliminada.

A alma espiritual é realmente sac-cid-ānanda – eterna, plena de bem-aventurança e plena de conhecimento. Sob as garras de māyā, contudo, ela padece de contínuos nascimentos, mortes, doenças e velhices. Precisamos ser sérios em curar-nos dessas condições de existência material e transferir-nos à consciência de Kṛṣṇa, pois assim nosso prolongado sofrimento poderá ser mitigado sem dificuldade. Em suma, o sofrimento da alma condicionada deve-se a seu apego à natureza material. Deve-se transferir esse apego da matéria para Kṛṣṇa.

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