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VERSO 9

prāṇasya śodhayen mārgaṁ
pūra-kumbhaka-recakaiḥ
pratikūlena vā cittaṁ
yathā sthiram acañcalam

prāṇasya — do ar vital; śodhayet — deve-se limpar; mārgam — a passagem; pūra-kumbhaka-recakaiḥ — inalando, retendo e exalando; pratikūlena — invertendo; — ou; cittam — a mente; yathā — para que; sthiram — estável; acañcalam — livre de perturbações.

O yogī deve limpar a passagem do ar vital, respirando da seguinte maneira: primeiro ele deve inalar muito profundamente, depois manter a respiração dentro do corpo e, finalmente, exalar. Ou, invertendo o processo, o yogī pode exalar, depois manter a respiração fora do corpo e, finalmente, inalar. Faz-se isso para que a mente se estabilize e se livre de perturbações externas.

SIGNIFICADO—Esses exercícios respiratórios são praticados para controlar a mente e fixá-la na Suprema Personalidade de Deus. Sa vai manaḥ kṛṣṇa-padāravindayoḥ: o devoto Ambarīṣa Mahārāja fixava sua mente nos pés de lótus de Kṛṣṇa vinte e quatro horas por dia. O processo da consciência de Kṛṣṇa consiste em cantar Hare Kṛṣṇa e ouvir o som atentamente para que a mente se fixe na vibração transcendental do nome de Kṛṣṇa, que não é diferente da personalidade de Kṛṣṇa. O verdadeiro propósito de controlar a mente por meio do processo prescrito de limpar a passagem do ar vital é atingido de imediato caso se fixe a mente diretamente nos pés de lótus de Kṛṣṇa. O sistema de haṭha-yoga, ou sistema respiratório, é especialmente recomendado para aqueles que estão muito absortos no conceito corpóreo de existência, mas quem pode executar o simples processo de cantar Hare Kṛṣṇa pode fixar a mente com mais facilidade.

Recomendam-se três atividades diferentes para limpar a passagem da respiração: pūraka, kumbhaka e recaka. Inalar a respiração se chama pūraka, retê-la internamente se chama kumbhaka, e, enfim, exalá-la se chama recaka. Esses processos recomendados também podem ser executados em ordem inversa. Após exalar, pode-se manter o ar fora do corpo por algum tempo e, então, inalar. Os nervos através dos quais se efetua a inalação e a exalação são tecnicamente chamados de iḍā e piṅgalā. O propósito final de limpar as passagens iḍā e piṅgalā é desviar a mente do gozo material. Como se afirma na Bhagavad-gītā, a mente pode ser nossa inimiga e nossa amiga também; sua posição varia de acordo com os diferentes procedimentos da entidade viva. Se desviamos nossa mente para pensamentos de gozo material, nossa mente se torna nossa inimiga, mas, se concentramos nossa mente nos pés de lótus de Kṛṣṇa, nossa mente vira nossa amiga. Mediante o sistema de yoga de pūraka, kumbhaka e recaka, ou diretamente fixando a mente na vibração sonora de Kṛṣṇa ou na forma de Kṛṣṇa, cumpre-se o mesmo propósito. A Bhagavad-gītā (8.8) diz que é preciso praticar o exercício respiratório (abhyāsa-yoga-yuktena). Em virtude desses processos de controle, a mente não pode divagar em pensamentos externos (cetasā nānya-gāminā). Assim, pode-se fixar a mente constantemente na Suprema Personalidade de Deus e alcançá-lO (yāti).

Praticar o sistema de yoga de exercício e controle da respiração é muito difícil para uma pessoa nesta era, em virtude do que o Senhor Caitanya recomendava kīrtanīyaḥ sadā hariḥ: deve-se sempre cantar o santo nome do Senhor Supremo, Kṛṣṇa, porque Kṛṣṇa é o nome mais adequado da Suprema Personalidade de Deus. O nome Kṛṣṇa e a Pessoa Suprema Kṛṣṇa não são diferentes. Portanto, se alguém concentra sua mente em ouvir e cantar Hare Kṛṣṇa, alcança o mesmo resultado.

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