VERSO 27
śrī-śuka uvāca
iti saha vidureṇa viśva-mūrter
guṇa-kathayā sudhayā plāvitoru-tāpaḥ
kṣaṇam iva puline yamasvasus tāṁ
samuṣita aupagavir niśāṁ tato ’gāt
śrī-śukaḥ uvāca — Śrī Śukadeva Gosvāmī disse; iti — assim; saha — juntamente com; vidureṇa — Vidura; viśva-mūrteḥ — da Pessoa Universal; guṇa-kathayā — na conversa sobre as qualidades transcendentais; sudhayā — nectáreas; plāvita-uru-tāpaḥ — dominado por grande aflição; kṣaṇam — instante; iva — assim; puline — às margens do; yamasvasuḥ tām — rio Yamunā; samuṣitaḥ — passada; aupagaviḥ — o filho de Aupagava (Uddhava); niśām — a noite; tataḥ — depois disso; agāt — partiu.
Śukadeva Gosvāmī disse: Ó rei, após conversar assim com Vidura sobre o nome, a fama, as qualidades etc. transcendentais, às margens do Yamunā, Uddhava foi dominado por uma grande aflição. Ele passou a noite como se esta tivesse durado um instante e, depois disso, partiu.
SIGNIFICADO—A palavra usada aqui para Kṛṣṇa é viśva-mūrti. Tanto Uddhava quanto Vidura estavam sentindo muita aflição por causa da partida do Senhor Kṛṣṇa, e quanto mais eles conversavam sobre o nome, a fama e as qualidades transcendentais do Senhor, mais o retrato do Senhor se tornava visível para eles em toda parte. Essa visualização da forma transcendental do Senhor não é nem falsa nem imaginária, mas, sim, a real Verdade Absoluta. Quando o Senhor é percebido como viśva-mūrti, isso não significa que Ele perde Sua personalidade ou Sua eterna forma transcendental, senão que Ele Se torna visível sob a mesma forma em toda parte.