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VERSO 36

jyotiṣāmbho ’nusaṁsṛṣṭaṁ
vikurvad brahma-vīkṣitam
mahīṁ gandha-guṇām ādhāt
kāla-māyāṁśa-yogataḥ

jyotiṣā — eletricidade; ambhaḥ — água; anusaṁsṛṣṭam — assim criada; vikurvat — devido à transformação; brahma — ο Supremo; vīkṣitam — lançou assim ο Seu olhar; mahīm — a terra; gandha — odor; guṇām — qualificação; ādhāt — foi criada; kāla — tempo eterno; māyā — energia externa; aṁśa — parcialmente; yogataḥ — pela mistura.

Depois disso, a Suprema Personalidade de Deus lançou Seu olhar sobre a água produzida pela eletricidade, e essa água misturou-se com ο tempo eterno e a energia externa. Assim, ela se transformou na terra, que é identificada fundamentalmente pelo odor.

SIGNIFICADO—Pelas descrições dos elementos físicos nos versos anteriores, torna-se claro que, em todos os estágios, ο olhar do Supremo é necessário junto às outras adições e alterações. Em toda transformação, ο toque final é sempre do olhar do Senhor, que atua como um pintor ao misturar diferentes cores para transformá-las em uma cor em particular. Quando um elemento se mistura com outro, ο número de suas qualidades aumenta. Por exemplo, ο céu é a causa do ar. Ο céu só tem uma qualidade, a saber, ο som, mas, pela interação do céu com ο olhar do Senhor, misturado com ο tempo eterno e a energia externa, é produzido ο ar, que tem duas qualidades – som e tato. De forma similar, depois que ο ar é criado, a interação do céu com ο ar, tocada pelo tempo e a energia externa do Senhor, produz a eletricidade. E, após a interação da eletricidade com ο ar e ο céu, misturada com ο tempo, a energia externa e ο olhar do Senhor voltado para eles, é produzida a água. Na fase final do céu, há uma qualidade, a saber, ο som; no ar, há duas qualidades, ο som e ο tato; na eletricidade, há três qualidades, a saber, ο som, ο tato e a forma; na água, há quatro qualidades, ο som, ο tato, a forma e ο gosto, ao passo que, no estágio final de desenvolvimento físico, ο resultado é a terra, que tem todas as cinco qualidades – som, tato, forma, gosto e odor. Embora sejam diferentes misturas de diferentes elementos, essas misturas não acontecem automaticamente, da mesma forma que uma mistura de cores não acontece automaticamente sem ο toque vivo do pintor. Na realidade, ο sistema automático é ativado pelo toque do olhar do Senhor. A consciência viva é a última palavra em todas as transformações físicas. Esse fato é mencionado na Bhagavad-gītā (9.10) como se segue:

mayādhyakṣeṇa prakṛtiḥ
sūyate sa-carācaram
hetunānena kaunteya
jagad viparivartate

A conclusão é que os elementos físicos podem funcionar muito maravilhosamente aos olhos do leigo, mas, na realidade, seu funcionamento corre sob a supervisão do Senhor. Aqueles que só podem distinguir as transformações dos elementos físicos e não podem perceber as mãos ocultas do Senhor por trás delas são, sem dúvida, pessoas menos inteligentes, mesmo que se apregoe que elas são grandes cientistas materiais.

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