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VERSO 13

yadendriyoparāmo ’tha
draṣṭrātmani pare harau
vilīyante tadā kleśāḥ
saṁsuptasyeva kṛtsnaśaḥ

yadā — quando; indriya — sentidos; uparāmaḥ — saciados; atha — deste modo; draṣṭṛ-ātmani — aο vidente, a Superalma; pare — na Transcendência; harau — à Suprema Personalidade de Deus; vilīyante — imergem em; tadā — nesse momento; kleśāḥ — sofrimentos; saṁsuptasya — aquele que gozou de um sono profundo; iva — como; kṛtsnaśaḥ — completamente.

Quando os sentidos se satisfazem na vidente Superalma, a Personalidade de Deus, e imergem nΕle, todos os sofrimentos são completamente subjugados, assim como acontece após um sono profundo.

SIGNIFICADO—Ο tremor da entidade viva que foi descrito anteriormente se deve aos sentidos. Uma vez que toda a existência material se destina ao gozo dos sentidos, os sentidos são ο instrumento das atividades materiais e provocam ο tremor da alma imperturbável. Por isso, os sentidos devem se desapegar de todas essas atividades materiais. Segundo os impersonalistas, os sentidos são impedidos de trabalhar ao se fundir a alma na Superalma Brahman. Os devotos, entretanto, não impedem os sentidos materiais de agir, senão que ocupam seus sentidos transcendentais no serviço à Transcendência, a Suprema Personalidade de Deus. De qualquer modo, as atividades dos sentidos no campo material devem ser paradas através do cultivo de conhecimento, e, se possível, serem ocupadas no serviço ao Senhor. Os sentidos são transcendentais por natureza, mas suas atividades tornam-se poluídas quando são contaminadas pela matéria. Temos que tratar dos sentidos para curá-los da doença material, e não os impedir de agir, como sugere ο impersonalista. Na Bhagavad-gītā (2.59), afirma-se que só paramos com todas as atividades materiais quando nos satisfazemos pelo contato com uma ocupação melhor. A consciência é ativa por natureza e não pode ser impedida de funcionar. Reprimir uma criança travessa não é ο verdadeiro remédio. Deve-se dar uma ocupação melhor à criança para que ela pare automaticamente de fazer travessuras. Da mesma forma, as perversas atividades dos sentidos só podem ser paradas com uma ocupação melhor que tenha relação com a Suprema Personalidade de Deus. Quando os olhos são empregados para ver a bela forma do Senhor, a língua empregada para saborear prasāda, ou os restos do alimento oferecido ao Senhor, os ouvidos empregados para ouvir Suas glórias, as mãos para limpar ο templo do Senhor, as pernas para visitar Seus templos – ou seja, quando todos os sentidos são ocupados na variedade transcendental – somente então é que os sentidos transcendentais ficam saciados e eternamente livres da ocupação material. Ο Senhor, como a Superalma que reside no coração de todos e como a Suprema Personalidade de Deus no mundo transcendental, que está muito além da criação material, é quem vê todas as nossas atividades. Nossas atividades têm que estar tão transcendentalmente saturadas que o Senhor bondosamente nos contemple favoravelmente e nos ocupe em Seu serviço transcendental; só então é que os sentidos poderão se satisfazer por completo e não serão mais molestados pela atração material.

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