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VERSO 21

yan-nābhi-padma-bhavanād aham āsam īḍya
loka-trayopakaraṇo yad-anugraheṇa
tasmai namas ta udara-stha-bhavāya yoga-
nidrāvasāna-vikasan-nalinekṣaṇāya

yat — cujo; nābhi — umbigo; padma — lótus; bhavanāt — da casa de; aham — eu; āsam — manifestei-me; īḍya — ó adorável; loka-traya — os três mundos; upakaraṇaḥ — ajudando na criação de; yat — cuja; anugraheṇa — pela misericórdia; tasmai — a Ele; namaḥ — minhas reverências; te — a Vós; udara-stha — situado dentro do abdômen; bhavāya — tendo o universo; yoga-nidrā-avasāna — após o fim deste sono transcendental; vikasat — desabrochando; nalina-īkṣaṇāya — a Ele cujos olhos abertos são como o lótus.

Ó objeto de minha adoração, nasci da casa de Vosso umbigo de lótus, com o objetivo de criar o universo, por Vossa misericórdia. Todos estes planetas do universo estavam estacionados dentro de Vosso abdômen transcendental enquanto desfrutáveis do sono. Agora que Vosso sono acabou, Vossos olhos estão abertos como os lótus que desabrocham pela manhã.

SIGNIFICADO—Brahmā está nos ensinando o começo das regulações arcanā desde a manhã (quatro horas) até a noite (dez horas). De manhã cedo, o devoto tem que se levantar da cama e orar ao Senhor, observando também outros princípios reguladores, tais como oferecer maṅgala-ārati. Os tolos não-devotos, não entendendo a importância de arcanā, criticam os princípios reguladores, mas não têm olhos para ver que o Senhor também dorme, por Sua própria vontade. A concepção impessoal do Supremo é tão prejudicial ao caminho do serviço devocional que é muito difícil associar-se com os obstinados não devotos, que sempre pensam em termos de concepções materiais.

Os impersonalistas sempre pensam às avessas. Eles pensam que, porque existe forma na matéria, o espírito deve ser amorfo; porque na matéria existe sono, no espírito não pode existir sono; e, porque o sono da Deidade é aceito na adoração arcanā, a arcanā é māyā. Todos estes pensamentos são basicamente materiais. Pensar, quer positiva, quer negativamente, ainda é pensar materialmente. O conhecimento aceito da fonte superior dos Vedas é conhecimento padrão. Aqui nestes versos do Śrīmad-Bhāgavatam, verificamos que a arcanā é recomendada. Antes de Brahmā aceitar a tarefa da criação, ele viu o Senhor dormindo na cama de serpentes nas ondas da água da devastação. Portanto, o sono existe na potência interna do Senhor, e isso não é negado por devotos puros do Senhor como Brahmā e sua sucessão discipular. Aqui se diz com clareza que o Senhor dormia muito alegremente dentro das violentas ondas da água, manifestando deste modo que Ele é capaz de fazer qualquer coisa por Sua vontade transcendental, sem ser impedido por nenhuma circunstância. Os māyāvādīs não podem pensar além desta experiência material e, por conseguinte, negam a capacidade de o Senhor dormir dentro da água. Seu erro é que eles comparam o Senhor com eles mesmos – e esta comparação também é um pensamento material. Toda a filosofia da escola māyāvāda, baseada no “isto não, aquilo não” (neti, neti), é basicamente material. Tal pensamento não nos possibilita conhecer a Suprema Personalidade de Deus tal como Ele é.

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