No edit permissions for Português

VERSO 4

ahaṁ tvam ity apārthā dhīr
ajñānāt puruṣasya hi
svāpnīvābhāty atad-dhyānād
yayā bandha-viparyayau

aham — eu; tvam — tu; iti — assim; apārthā — mal interpretado; dhīḥ — inteligência; ajñānāt — da ignorância; puruṣasya — de uma pessoa; hi — certamente; svāpni — um sonho; iva — como; ābhāti — aparece; a-tat-dhyānāt — do conceito corpóreo de vida; yayā — pelo qual; bandha — cativeiro; viparyayau — e sofrimento.

O fato de identificarmos falsamente a nós mesmos e aos demais como “eu” e “tu” com base no conceito corpóreo de vida é um produto da ignorância. Esse conceito corpóreo é a causa de repetidos nascimentos e mortes, e faz com que continuemos na existência material.

SIGNIFICADO—O conceito de “eu” e “tu”, ahaṁ tvam, como separados um do outro, deve-se ao nosso esquecimento de nossa relação eterna com a Suprema Personalidade de Deus. A Pessoa Suprema, Kṛṣṇa, é o ponto central, e todos nós somos partes integrantes dEle, assim como as mãos e as pernas são partes integrantes de todo o corpo. Quando realmente entendemos isso – que estamos eternamente relacionados com o Senhor Supremo –, essa distinção, que se baseia no conceito corpóreo de vida, deixa de existir. Pode-se citar o mesmo exemplo aqui: a mão é a mão, e a perna é a perna, mas, quando ambas se ocupam a serviço de todo o corpo, semelhante distinção entre “mãos” e “pernas” não existe, pois todas elas pertencem ao corpo todo, e todas as partes, trabalhando juntas, constituem o corpo inteiro. Analogamente, quando as entidades vivas estão em consciência de Kṛṣṇa, semelhante distinção entre “eu” e “tu” não existe, pois todos estão ocupados a serviço do Senhor. Uma vez que o Senhor é absoluto, os serviços também são absolutos; muito embora a mão trabalhe de uma maneira e a perna trabalhe de outra maneira, uma vez que o propósito é a Suprema Personalidade de Deus, elas são todas iguais. Não se confunda isso com a afirmação dos filósofos māyāvādīs de que “tudo é uno”. O verdadeiro conhecimento é que mão é mão, perna é perna, corpo é corpo, e, não obstante, juntos, todos eles são iguais. Logo que a entidade viva se julga independente, sua existência material condicional tem início. O conceito de existência independente é, portanto, como um sonho. É preciso que estejamos em consciência de Kṛṣṇa, nossa posição original. Só então poderemos nos libertar do cativeiro material.

« Previous Next »