VERSOS 49-50
paurṇamāsyāṁ sinīvālyāṁ
dvādaśyāṁ śravaṇe ’thavā
dina-kṣaye vyatīpāte
saṅkrame ’rkadine ’pi vā
śrāvayec chraddadhānānāṁ
tīrtha-pāda-padāśrayaḥ
necchaṁs tatrātmanātmānaṁ
santuṣṭa iti sidhyati
paurṇamāsyām — na lua cheia; sinīvālyām — na lua nova; dvādaśyām — no dia após o Ekādaśī; śravaṇe — durante o aparecimento da estrela Śravaṇa; athavā — ou; dina-kṣaye — no fim do tithi; vyatīpāte — um dia específico chamado; saṅkrame — no fim do mês; arkadine — aos domingos; api — também; vā — ou; śrāvayet — deve-se recitar; śraddadhānānām — para uma audiência receptiva; tīrtha-pāda — da Suprema Personalidade de Deus; pada-āśrayaḥ — tendo se refugiado aos pés de lótus; na icchan — sem desejar remuneração; tatra — lá; ātmanā — pelo eu; ātmānam — a mente; santuṣṭaḥ — apaziguada; iti — assim; sidhyati — torna-se perfeito.
Pessoas que se refugiaram inteiramente aos pés de lótus do Senhor devem recitar esta narração de Dhruva Mahārāja sem receber alguma remuneração. Especificamente, recomenda-se a recitação em dias de lua cheia ou de lua nova, no dia após o Ekādaśī, no aparecimento da estrela Śravaṇa, no fim de um tithi ou ocasião de Vyatīpāta em particular, no fim do mês ou aos domingos. Tal recitação deve evidentemente ser executada perante uma audiência favorável. Quando se executa a recitação dessa maneira, sem motivos profissionais, o recitador e a audiência tornam-se perfeitos.
SIGNIFICADO—Pode ser que os recitadores profissionais peçam dinheiro para extinguir o fogo abrasador dentro de seus estômagos, mas não podem fazer nenhum avanço espiritual ou tornarem-se perfeitos. Portanto, é estritamente proibido recitar o Śrīmad-Bhāgavatam como uma profissão para ganhar a vida. Somente alguém que seja inteiramente rendido aos pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus, dependendo plenamente dEle para a manutenção pessoal ou mesmo para a manutenção de sua família, pode alcançar a perfeição através da recitação do Śrīmad-Bhāgavatam, o qual está repleto de narrações dos passatempos do Senhor e de Seus devotos. Pode-se resumir o processo da seguinte maneira: a audiência precisa ser fielmente receptiva à mensagem bhāgavata, e o recitador deve depender totalmente da Suprema Personalidade de Deus. A recitação bhāgavata não pode ser um negócio. Se feita da maneira correta, não apenas o recitador obtém perfeita satisfação, mas o Senhor também fica muito satisfeito com o recitador e a audiência, e assim ambos se libertam do cativeiro material simplesmente pelo processo de ouvir.