VERSO 22
pṛthur uvāca
bhoḥ sūta he māgadha saumya vandiḻ
loke ’dhunāspaṣṭa-guṇasya me syāt
kim āśrayo me stava eṣa yojyatāṁ
mā mayy abhūvan vitathā giro vaḥ
pṛthuḥ uvāca — o rei Pṛthu disse; bhoḥ sūta — ó sūta; he māgadha — ó māgadha; saumya — amáveis; vandin — ó devoto oferecendo orações; loke — neste mundo; adhunā — justamente agora; aspaṣṭa — indistintas; guṇasya — cujas qualidades; me — minhas; syāt — talvez haja; kim — por que; āśrayaḥ — refúgio; me — em mim; stavaḥ — louvais; eṣaḥ — isto; yojyatām — pode ser aplicado; mā — nunca; mayi — a mim; abhūvan — fossem; vitathāḥ — em vão; giraḥ — palavras; vaḥ — vossas.
O rei Pṛthu disse: Ó amáveis sūta, māgadha e devoto que oferece orações, as qualidades das quais falastes não são distintas em mim. Por que, então, deveríeis louvar-me por todas essas qualidades quando elas não repousam em mim? Não quero que essas palavras a mim destinadas sejam em vão. É melhor, portanto, que elas sejam oferecidas a outrem.
SIGNIFICADO—As orações e louvores oferecidos pelo sūta, pelo māgadha e pelo vandī explicavam as qualidades divinas de Mahārāja Pṛthu, pois ele era uma encarnação śaktyāveśa da Suprema Personalidade de Deus. Contudo, como as qualidades ainda não estavam manifestas, o rei Pṛthu perguntou, com grande humildade, por que os devotos deveriam louvá-lo com palavras tão elevadas. Ele não queria que ninguém lhe oferecesse orações ou o glorificasse a menos que ele possuísse as verdadeiras qualidades das quais eles falavam. O oferecimento de orações foi certamente apropriado, pois ele era uma encarnação da Divindade, mas ele advertiu que ninguém deve ser aceito como uma encarnação da Personalidade de Deus sem ter as qualidades divinas. No momento atual, há muitas ditas encarnações da Personalidade de Deus, mas não passam de meros tolos e patifes que o povo aceita como encarnações de Deus apesar de não terem qualidades divinas. O rei Pṛthu desejava que suas verdadeiras características pudessem, no futuro, justificar tais palavras de louvor. Embora não houvesse imperfeições nas orações oferecidas, Pṛthu Mahārāja indicou que tais orações não devem ser oferecidas a uma pessoa indigna que finge ser uma encarnação da Suprema Personalidade de Deus.