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VERSO 13

samaḥ samānottama-madhyamādhamaḥ
sukhe ca duḥkhe ca jitendriyāśayaḥ
mayopakḷptākhila-loka-saṁyuto
vidhatsva vīrākhila-loka-rakṣaṇam

samaḥ — equânime; samāna — inteiramente igual; uttama — alguém que seja superior; madhyama — alguém que esteja na posição intermediária; adhamaḥ — alguém que tenha um padrão de vida inferior; sukhe — em felicidade; ca — e; duḥkhe — em aflição; ca — também; jita-indriya — tendo controlado os sentidos; āśayaḥ — e a mente; mayā — por Mim; upakḷpta — arranjado; akhila — tudo; loka — pelas pessoas; saṁyutaḥ — estando acompanhado; vidhatsva — proporciona; vira — ó herói; akhila — todos; loka — aos cidadãos; rakṣaṇam — proteção.

Meu querido rei, ó herói, por favor, mantém-te sempre equânime e trata as pessoas com igualdade, quer elas sejam superiores, iguais ou inferiores a ti. Não fiques perturbado pela aflição ou felicidade temporárias. Conquista o domínio pleno sobre tua mente e sobre teus sentidos. Nessa posição transcendental, procura cumprir teu dever como rei em qualquer condição de vida que sejas colocado por Meu arranjo, pois teu único dever aqui é proteger os cidadãos de teu reino.

SIGNIFICADO—Eis aqui um exemplo de como alguém pode receber instruções diretas da Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Viṣṇu. É pre­ciso executar a ordem do Senhor Viṣṇu, quer a recebamos direta­mente dEle, quer recebamos de Seu representante fidedigno, o mestre espiritual. Arjuna lutou na Guerra de Kurukṣetra sob a ordem direta da Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa. Do mesmo modo, aqui Pṛthu Mahārāja também está recebendo ordens do Senhor Viṣṇu com respeito ao cumprimento de seu dever. Devemos manter-nos fiéis aos princípios estabelecidos na Bhagavad-gītā. Vyavasāyātmikā buddhiḥ: é dever de todo homem receber ordens do Senhor Kṛṣṇa ou de Seu representante fidedigno e aceitar essas ordens como sua vida e alma, sem considerações pessoais. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura afirma que não devemos importar-nos muito em saber se seremos liberados ou não, senão que devemos simples­mente executar a ordem direta recebida do mestre espiritual. Se alguém se aferrar ao princípio de guiar-se pela ordem do mestre espiritual, permanecerá sempre em uma posição liberada. Um homem comum deve executar as regras e regulações do varṇāśrama­dharma, trabalhando em seu dever prescrito de acordo com o sis­tema de castas (brāhmaṇa, kṣatriya, vaiśya e śūdra) e com o sistema de ordens espirituais (brahmacarya, gṛhastha, vānaprastha e san­nyāsa). Satisfaz o Senhor Viṣṇu quem executa regular e estrita­mente os preceitos dados para as diversas divisões da vida.

Como rei, Pṛthu Mahārāja foi instruído pelo Senhor Viṣṇu a manter-se sempre à parte das atividades da condição corpórea e a ocupar-se sempre em servir ao Senhor e, assim, manter-se em uma posição liberada. A expressão baddha-sauhṛdāḥ do verso anterior é explicada aqui. Quem se mantém à parte das atividades do corpo pode permanecer plenamente em contato íntimo com o Senhor Supremo, diretamente, ou receber ordens de Seu representante fidedigno, o mestre espiritual, e executar essas ordens sinceramente. O Senhor nos ajuda, dando-nos orientações sobre como agir em serviço devocional e assim avançar no caminho de volta ao lar, de volta ao Supremo. Ele nos instrui externamente sob a forma do mestre espiritual. Portanto, não se deve aceitar o mestre espiritual como um ser humano comum. O Senhor diz que ācāryaṁ māṁ vijāniyān nāva-manyeta karhicit: “Não devemos tratar o mestre espi­ritual como um ser humano comum, pois ele é o substituto da Suprema Personalidade de Deus.” (Śrīmad-Bhāgavatam 11.17.27). Devemos tratar o mestre espiritual como a Suprema Personalidade de Deus e nunca o invejar ou considerá-lo um ser humano comum. Se seguirmos a instrução do mestre espiritual e prestarmos serviço devocional ao Senhor, permaneceremos sempre livres da contaminação de ativi­dades corpóreas e materiais, e nossa vida será exitosa.

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