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VERSO 25

sa uttamaśloka mahan-mukha-cyuto
bhavat-padāmbhoja-sudhā kaṇānilaḥ
smṛtiṁ punar vismṛta-tattva-vartmanāṁ
kuyogināṁ no vitaraty alaṁ varaiḥ

saḥ — isto; uttama-śloka — ó Senhor, que sois louvado por versos seletos; mahat — de grandes devotos; mukha-cyutaḥ — proferidos pelas bocas; bhavat — Vossos; pada-ambhoja — dos pés de lótus; sudhā — de néctar; kaṇa — partículas; anilaḥ — brisa suave; smṛtim­ — lembrança; punaḥ — novamente; vismṛta — esquecidas; tattva — da verdade; vartmanām — de pessoas cujo caminho; ku-yoginām — de pessoas que não estão na linha do serviço devocional; naḥ — de nós; vitarati — restaura; alam — desnecessárias; varaiḥ — outras bênçãos.

Meu querido Senhor, sois glorificado por versos seletos proferidos por grandes personalidades. Tal glorificação de Vossos pés de lótus é assim como partículas de açafrão. Quando a vibração transcendental das bocas de grandes devotos transporta o aroma do pó de açafrão de Vossos pés de lótus, a entidade viva esquecida lembra-se gradualmente de sua relação eterna convosco. Assim, os devotos aos poucos deduzem conclusões corretas sobre o valor da vida. Meu querido Senhor, portanto, não preciso de nenhuma outra bênção além da oportunidade de ouvir da boca de Vosso devoto puro.

SIGNIFICADO—No verso anterior, explica-se que é preciso ouvir a glorificação ao Senhor a partir da boca de um devoto puro. Isso tem maiores explicações aqui. A vibração transcendental a partir da boca de um devoto puro é tão poderosa que pode reavivar na memória da entidade viva sua relação eterna com a Suprema Personalidade de Deus. Em nossa existência material, sob a influência da ilusória māyā, quase nos esquecemos de nossa relação eterna com o Senhor, exatamente como um homem profundamente adormecido que se esquece de seus deveres. Os Vedas dizem que todos nós estamos dormindo sob a influência de māyā. Precisamos abandonar este sono e ocupar-nos no serviço correto, pois assim poderemos utilizar apropriadamente a oportunidade desta forma de vida humana. Como Ṭhākura Bhaktivinoda expressa em uma de suas canções, o Senhor Caitanya diz que jīva jāga, jīva jāga. O Senhor pede que toda entidade viva adormecida acorde e se ocupe em serviço devocional para que possa cumprir sua missão na forma de vida humana. Essa voz despertadora vem da boca de um devoto puro.

O devoto puro sempre se ocupa a serviço do Senhor, refugiando­-se a Seus pés de lótus, daí ter uma ligação direta com as açafroadas partículas de misericórdia que se agarram aos pés de lótus do Senhor. Quando um devoto puro fala, a vibração de sua voz pode parecer o som deste céu material, mas a voz é espiritual­mente muito poderosa porque vem carregada das partículas de pó de açafrão dos pés de lótus do Senhor. Assim que a entidade viva adormecida ouve a poderosa voz que emana da boca de um devoto puro, ela imediatamente se lembra de sua relação eterna com o Senhor, embora, até aquele momento, estivesse esquecida de tudo.

Para a alma condicionada, portanto, é muito importante ouvir da boca de um devoto puro, que é plenamente rendido aos pés de lótus do Senhor sem nenhum desejo material, conhecimento especu­lativo ou contaminação dos modos da natureza material. Todos nós somos kuyogīs porque temos nos ocupado a serviço deste mundo material, esquecendo-nos de nossa relação eterna com o Senhor como Seus eternos servos amorosos. É nosso dever elevarmo-nos da plataforma kuyoga até nos tornarmos suyogīs, místicos perfeitos. O processo de ouvir de um devoto puro é recomendado em todas as escrituras védicos, especialmente pelo Senhor Caitanya Mahā­prabhu. Todos podem manter sua posição na vida – não importa qual seja ela –, mas, se ouvirem da boca de um devoto puro, aos poucos entenderão seu relacionamento com o Senhor e, assim, eles se ocuparão em Seu serviço amoroso, momento no qual sua vida se tornará inteiramente perfeita. Portanto, este processo de ouvir da boca de um devoto puro é muito importante para quem quer progredir na linha da compreensão espiritual.

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