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VERSO 44

prāṇā dārāḥ sutā brahman
gṛhāś ca sa-paricchadāḥ
rājyaṁ balaṁ mahī kośa
iti sarvaṁ niveditam

prāṇāḥ — vida; dārāḥ — esposa; sutāḥ — filhos; brahman — ó grande brāhmaṇa; gṛhāḥ — lar; ca — também; sa — com; paricchadāḥ — toda a parafernália; rājyam — reino; balam — força; mahī — terra; kośaḥ — tesouro; iti — assim; sarvam — tudo; niveditam — oferecido.

O rei continuou: Portanto, meus queridos brāhmaṇas, minha vida, esposa, filhos, lar, móveis e parafernália doméstica, meu reino, força, terra e especialmente meu tesouro – ofereço-vos tudo isso.

SIGNIFICADO—Em algumas versões, não se usa a palavra dārāḥ, mas sim a palavra rāyaḥ, que significa “riqueza”. Na Índia, ainda existem pessoas ricas que são reconhecidas pelo estado como rāyas. Um grande devoto do Senhor Caitanya Mahāprabhu se chamava Rāmānanda Rāya porque era governador de Madras e muito rico. Ainda existem muitos portadores do título rāya – Rāya Bahadur, Rāya Chaudhuri e assim por diante. Não é permitido oferecer a dārāḥ, ou esposa, aos brāhmaṇas. Pode-se oferecer tudo a pessoas dignas que são capazes de aceitar caridade, mas em nenhuma parte se encontra que se deva oferecer a esposa; portanto, neste caso, ler rāyaḥ é mais acurado do que ler dārāḥ. Além disso, uma vez que Pṛthu Mahārāja ofereceu tudo aos Kumāras, a palavra kośaḥ (“tesouro”) não precisa ser mencionada separadamente. Os reis e imperadores costumavam manter um tesouro em particular, conhecido como ratna-bhāṇḍa. Ratna-bhāṇḍa era um depósito de tesouro especial que continha joias especiais, tais como braceletes, colares e assim por diante, que eram presentes dos cidadãos ao rei. Essas joias eram mantidas separadas da tesouraria regular onde se depo­sitavam todas as receitas coletadas. Assim, Pṛthu Mahārāja ofere­ceu seu estoque de joias particulares aos pés de lótus dos Kumāras. Era do conhecimento geral que toda propriedade do rei pertencia aos brāhmaṇas e que Pṛthu Mahārāja a estava usando para o bene­fício do estado. Se ela realmente pertencia aos brāhmaṇas, como poderia ser oferecida novamente a eles? Com relação a isso, Śrī­pāda Śrīdhara Svāmī explica: essa oferenda é como a de um servo que oferece alimento ao amo. O alimento já pertence ao amo, pois o amo o comprou, mas, ao preparar o alimento, o servo torna-o aceitável ao amo e, assim, oferece-o a ele. Dessa maneira, todos os pertences de Pṛthu Mahārāja foram oferecidos aos Kumāras.

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