VERSO 22
vidhāya kṛtyaṁ hradinī-jalāplutā
dattvodakaṁ bhartur udāra-karmaṇaḥ
natvā divi-sthāṁs tridaśāṁs triḥ parītya
viveśa vahniṁ dhyāyatī bhartṛ-pādau
vidhāya — executando; kṛtyam — a função reguladora; hradinī — na água do rio; jala-āplutā — tomando um banho completo; dattvā udakam — oferecendo oblações de água; bhartuḥ — de seu esposo; udāra-karmaṇaḥ — que era tão liberal; natvā — prestando reverências; divi-sthān — situados no céu; tri-daśān — os trinta milhões de semideuses; triḥ — três vezes; parītya — circundando; viveśa — entrou; vahnim — na fogueira; dhyāyatī — enquanto pensava em; bhartṛ — de seu esposo; pādau — os dois pés de lótus.
Depois disso, a rainha executou os funerais necessários e ofereceu oblações de água. Após se banhar no rio, ela prestou reverências aos diversos semideuses situados no céu em diferentes sistemas planetários. Em seguida, ela circundou a fogueira e, enquanto pensava nos pés de lótus de seu esposo, entrou em suas chamas.
SIGNIFICADO—O ato de uma esposa casta entrar nas chamas da pira de seu esposo morto chama-se saha-gamana, que significa “morrer com o esposo”. Esse sistema de saha-gamana vinha sendo praticado na civilização védica desde tempos imemoriais. Mesmo após o período britânico na Índia, essa prática era rigidamente observada, mas logo se degradou a tal ponto que, mesmo quando a esposa não era forte o suficiente para entrar na pira de seu esposo morto, os parentes forçavam-na a fazê-lo. Deste modo, esta prática teve que ser sustada, mas, mesmo hoje em dia, ainda existem alguns casos isolados de esposas que voluntariamente entram no fogo e morrem com o esposo. Mesmo após 1940, tomamos conhecimento pessoalmente de uma esposa casta que morreu dessa maneira.