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VERSO 10

ye tu māṁ rudra-gītena
sāyaṁ prātaḥ samāhitāḥ
stuvanty ahaṁ kāma-varān
dāsye prajñāṁ ca śobhanām

ye — as pessoas que; tu — mas; mām — a Mim; rudra-gītena — pela canção entoada pelo senhor Śiva; sāyam — à noite; prātaḥ — de manhã; samāhitāḥ — estando atentas; stuvanti — oferecerem orações; aham — Eu; kāma-varān — todas as bênçãos para satisfazer os dese­jos; dāsye — concederei; prajñām — inteligência; ca — também; śobha­nām — transcendental.

Aqueles que Me oferecerem as orações compostas pelo senhor Śiva, tanto de manhã quanto à noite, receberão Minhas bênçãos. Dessa maneira, eles poderão tanto satisfazer seus desejos, quanto alcançar boa inteligência.

SIGNIFICADO—Boa inteligência significa voltar ao lar, voltar ao Supremo. Confirma-se isso na Bhagavad-gītā (10.10):

teṣāṁ satata-yuktānāṁ
bhajatāṁ prīti-pūrvakam
dadāmi buddhi-yogaṁ taṁ
yena mām upayānti te

“Àqueles que estão constantemente devotados a Me servir com amor, Eu dou a compreensão pela qual eles podem vir a Mim.”

Quem oferece orações ao Senhor para satisfazer seus diferentes desejos precisa saber que a mais elevada e perfeita satisfação de desejos é voltar ao lar, voltar ao Supremo. Neste verso, indica-se que quem recordar as atividades dos Pracetās, os filhos do rei Prācīnabarhiṣat, será liberado e abençoado. O que dizer, então, dos filhos do rei Prācīnabarhiṣat, que estão diretamente ligados à Suprema Personalidade de Deus? Assim é o sistema paramparā. Se seguirmos os ācāryas, alcançaremos o mesmo benefício que nossos antecessores. Se alguém adota as decisões de Arjuna, deve-se consi­derar que ele ouve a Bhagavad-gītā diretamente da Suprema Personalidade de Deus. Não há diferença entre ouvir a Bhagavad-gītā diretamente do Senhor Supremo e seguir uma personalidade como Arjuna, que outrora ouviu a Bhagavad-gītā diretamente do Senhor. Às vezes, certos tolos argumentam que, como Kṛṣṇa não está pre­sente no momento, não se pode receber instruções diretas dEle. Tais tolos não sabem que não há diferença entre ouvir diretamente a Bhagavad-gītā e lê-la, contanto que se aceite a Bhagavad-gītā como ela é falada pelo Senhor. Contudo, se alguém quiser entender a Bhagavad-gītā através de suas interpretações imperfeitas, não lhe será possível entender os mistérios da Bhagavad-gītā, mesmo que seja um grande erudito segundo os cálculos mundanos.

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