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VERSO 19

sureśa kasmān na hinoṣi vajraṁ
puraḥ sthite vairiṇi mayy amogham
mā saṁśayiṣṭhā na gadeva vajraḥ
syān niṣphalaḥ kṛpaṇārtheva yācñā

sura-īśa — ó rei dos semideuses; kasmāt — por que; na — não; hino­ṣi — arremessas; vajram — o raio; puraḥ sthite — postado diante; vai­riṇi — teu inimigo; mayi — em mim; amogham — que é infalível (o teu raio); — não; saṁśayiṣṭhāḥ — duvides; na — não; gadā iva — como a maça; vajraḥ — o raio; syāt — pode ser; niṣphalaḥ — sem nenhum resultado; kṛpaṇa — de um miserável; arthā — para dinheiro; iva — como; yācñā — um pedido.

Ó rei dos semideuses, uma vez que eu, teu inimigo, estou postado diante de ti, por que não arremessas o teu raio contra mim? O ataque em que arrojaste tua maça contra mim foi tão inútil como um pedido de dinheiro feito por um miserável, mas, em contraste, o raio que carregas não será inútil. Não tenhas dúvida alguma em relação a isso.

SIGNIFICADO—Quando o rei Indra arremessou sua maça contra Vṛtrāsura, este agarrou a maça com sua mão esquerda e revidou, usando-a para golpear a cabeça do elefante de Indra. Assim, o ataque de Indra foi um grande fracasso. Na verdade, o elefante de Indra foi ferido e for­çado a recuar treze metros. Portanto, muito embora Indra dispu­sesse do raio que deveria atirar contra Vṛtrāsura, ele estava indeciso, pensando que o raio também poderia falhar. Vṛtrāsura, entretanto, sendo um vaiṣṇava, assegurou a Indra que o raio não falharia, pois Vṛtrāsura sabia que o mesmo fora preparado de acordo com as ins­truções do Senhor Viṣṇu. Embora Indra tivesse dúvidas porque não podia entender que a ordem do Senhor Viṣṇu jamais falha, Vṛtrāsura compreendeu o propósito com que o Senhor Viṣṇu agia. Vṛtrāsura ansiava por ser morto pelo raio fabricado de acordo com as instruções do Senhor Viṣṇu, pois estava certo de que, dessa maneira, voltaria ao lar, voltaria ao Supremo. Ele simplesmente esperava a oportunidade em que o raio seria disparado. Com efeito, foi por isso que Vṛtrāsura disse a Indra: “Se quiseres matar-me, uma vez que sou teu inimigo, aproveita-te dessa oportunidade e ceifa a minha vida. Conquis­tarás a vitória, e eu voltarei ao Supremo. Teu feito beneficiará tanto a mim quanto a ti. Age sem demora.”

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