VERSO 46
śrī-nārada uvāca
dharmaṁ pāramahaṁsyaṁ vai
muneḥ śrutvāsureśvaraḥ
pūjayitvā tataḥ prīta
āmantrya prayayau gṛham
śrī-nāradaḥ uvaca — Śrī Nārada Muni disse; dharmam — o dever ocupacional; pāramahaṁsyam — dos paramahaṁsas, os seres humanos mais perfeitos; vai — na verdade; muneḥ — da pessoa santa; śrutvā — ouvindo então; asura-īśvaraḥ — o rei dos asuras, Prahlāda Mahārāja; pūjayitvā — adorando o santo; tataḥ — depois disso; prītaḥ — estando muito satisfeito; āmantrya — recebendo permissão; prayayau — deixou aquele lugar; gṛham — rumo a seu lar.
Nārada Muni continuou: Após ouvir essas instruções transmitidas pelo santo, Prahlāda Mahārāja, o rei dos demônios, compreendeu os deveres ocupacionais da pessoa perfeita [paramahaṁsa]. Assim, tendo prestado ao santo a devida adoração, recebeu permissão deste e, então, partiu para o seu próprio lar.
SIGNIFICADO—Conforme a citação do Caitanya-caritāmṛta (Madhya 8.128), Śrī Caitanya Mahāprabhu disse:
kibā vipra, kibā nyāsī, śūdra kene naya
yei kṛṣṇa-tattva-vettā sei ‘guru’ haya
Todo aquele que é versado na ciência de Kṛṣṇa pode ser guru, ou mestre espiritual. Portanto, embora fosse um gṛhastha que governava os demônios, Prahlāda Mahārāja era um paramahaṁsa, o melhor dos seres humanos, daí ele ser nosso guru. Portanto, na lista de gurus, ou autoridades, menciona-se o nome de Prahlāda Mahārāja.
svayambhūr nāradaḥ śambhuḥ
kumāraḥ kapilo manuḥ
prahlādo janako bhīṣmo
balir vaiyāsakir vayam
(Bhāg. 6.3.20)
A conclusão é que o paramahaṁsa é um devoto sublime (bhagavat-priya). Semelhante paramahaṁsa pode estar em qualquer fase de vida – brahmacārī, gṛhastha, vānaprastha ou sannyāsa – e ostentar o mesmo grau de liberação e sublimidade.
Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do sétimo canto, décimo terceiro capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “O Comportamento da Pessoa Perfeita”.